1) O analfabeto político
O pior a analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito, dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o
assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto.
E lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht
Questão para reflexão: Qual a mensagem do poema “O analfabeto político”
2)“A Filosofia é uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, a partir da análise dos pressupostos
do pensar e do agir e, portanto, como fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas.”
Fonte: MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio Mais (PCN+EM)
Fazer com que o pensamento se volte para si mesmo para conhecer-se é uma das características da reflexão
crítica. Está correto afirmar que são características da reflexão intelectual:
a) Refletir apenas as imagens presentes; refletir sobre si mesmo; precisar de idéias e conhecimento.
b) Refletir sobre coisas “invisíveis”, ou abstratas; é possível melhorá-la a partir do conhecimento; poder
refletir sobre si mesmo.
c) Não poder refletir sobre si mesmo; refletir sobre coisas “invisíveis” ou abstratas; refletir apenas as
imagens presentes.
d) Refletir apenas as imagens presentes; precisar de luz para ocorrer.
e) Refletir apenas o que é visível; poder refletir sobre si mesmo; refletir sobre coisas do passado.
3) “Eu penso, logo existo, é o primeiro princípio de minha filosofia”. Este clássico postulado cartesiano visa o
seguinte objetivo:
a) Apresentar a idéia de dúvida hiperbólica a partir de uma assertiva assumida pelo filósofo.
b) Promover uma reflexão sobre o “Eu racional”.
c) Promover uma reflexão sobre a matematização do mundo, propiciada pela lógica formal.
d) Introduzir a idéia de “moral transitória”, com o apoio de uma máxima filosófica essencial.
e) Demonstrar a primazia da razão sobre a natureza, cujas leis podem ser descritas e transformadas.
4)Para Hobbes, [...] o poder soberano, quer resida num homem, como numa monarquia, quer numa assembléia, como nos estados populares e aristocráticos, é o maior que é possível imaginar que os homens possam criar. E, embora seja possível imaginar muitas más conseqüências de um poder tão ilimitado, apesar disso as conseqüências da falta dele, isto é, a guerra perpétua de todos homens com os seus vizinhos, são muito piores. (HOBBES, T. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988. capítulo XX, p. 127.)
Com base na citação e nos conhecimentos sobre a filosofia política de Hobbes, assinale a alternativa correta.
a) Os Estados populares se equiparam ao estado natural, pois neles reinam as confusões das assembléias.
b) Nos Estados aristocráticos, o poder é limitado devido à ausência de um monarca.
c) O poder soberano traz más conseqüências, justificando-se assim a resistência dos súditos.
d) As vantagens do estado civil são expressivamente superiores às imagináveis vantagens de um estado de natureza.
e) As conseqüências do poder soberano são indesejáveis, pois é possível a sociabilidade sem Estado.
5)“Uma vez que constituição significa o mesmo que governo, e o governo é o poder supremo em uma cidade, e o mando pode estar nas mãos de uma única pessoa, ou de poucas pessoas, ou da maioria, nos casos em que esta única pessoa, ou as poucas pessoas, ou a maioria, governam tendo em vista o bem comum, estas constituições devem ser forçosamente as corretas; ao contrário, constituem desvios os casos em que o governo é exercido com vistas ao próprio interesse da única pessoa, ou das poucas pessoas, ou da maioria, pois ou se deve dizer que os cidadãos não participam do governo da cidade, ou é necessário que eles realmente participem.” (ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora UNB, 1997. p. 91.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as formas de governo em Aristóteles, analise as afirmativas a seguir.
I. A democracia é uma forma de governo reta, ou seja, um governo que prioriza o exercício do poder em benefício do interesse comum.
II. A democracia faz parte das formas degeneradas de governo, entre as quais destacam-se a tirania e a oligarquia.
III. A democracia é uma forma de governo que desconsidera o bem de todos; antes, porém, visa a favorecer indevidamente os interesses dos mais pobres, reduzindo-se, desse modo, a uma acepção demagógica.
IV. A democracia é a forma de governo mais conveniente para as cidades gregas, justamente porque realiza o bem do Estado, que é o bem comum.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
6)As instâncias do Poder, que os cidadãos acreditavam terem instalado democraticamente, estão, sob o peso da crítica, em vias de perder sua identidade. A opinião não lhes confere mais o certificado de conformidade que a legitimidade deles exige. Jürgen Habermas [...] vê nessa situação ‘um problema de regulação’. A opinião pública, abalada em suas crenças mais firmes, não dá mais sua adesão às regulações que o direito constitucional ou, mais amplamente, o direito positivo do Estado formaliza”. (GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia?. Trad. de Cláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 202-203.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre os Estados Democráticos de Direito na contemporaneidade, é correto afirmar:
a) A atual identidade das instâncias do poder é confirmada pela “crítica”.
b) Legalidade e legitimidade das instâncias de poder são coincidentes nos Estados Democráticos de Direito.
c) A regulação das instituições de poder deve ser independente da opinião pública.
d) A legitimidade das instâncias de poder deve ser baseada no direito positivo.
e) A opinião pública é que deve dar legitimidade às instâncias de poder.
7)“Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível [...]. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz”. (CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Trad. de Lydia Cristina. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1995. p. 73.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato político em Hobbes, considere as afirmativas a seguir.
I. A renúncia ao direito sobre todas as coisas deve ser recíproca entre os indivíduos.
II. A renúncia aos direitos, que caracteriza o contrato político, significa a renúncia de todos os direitos em favor do soberano.
III. Os procedimentos necessários à preservação da paz e da segurança competem aos súditos cidadãos.
IV. O contrato que funda o poder político visa pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o estado de natureza.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
8) “O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.” (BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é:
a) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito político.
b) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida em sociedade.
c) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja.
d) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e necessariamente.
e) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado.
9)“Um povo, portanto, só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de tal modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão à deliberação de si mesmo e de cada cidadão, como partes do poder soberano. Isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de um indivíduo em particular ou de um grupo de indivíduos.” (NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In: WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. p. 196.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a legitimidade do poder do Estado em Rousseau, é correto afirmar:
a) A legislação que rege o Estado deve ser elaborada por um indivíduo escolhido para tal e que se tornará o soberano desse Estado.
b) A liberdade de uma nação é ameaçada quando se confere ao povo o direito de discutir a legitimidade das leis às quais está submetido.
c) Devido à ignorância e ao atraso do povo, devesse atribuir a especialistas competentes o papel de legisladores.
d) A legitimidade das leis depende de que as mesmas sejam elaboradas pelo conjunto dos cidadãos, expressão da liberdade do povo.
e) A vontade do monarca, cujo poder é assegurado pela hereditariedade, deve prevalecer na elaboração das leis às quais se submetem os cidadãos.
10) “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através do acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”. (LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato social em Locke, considere as afirmativas a seguir.
I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da instituição do poder político.
II. O poder político tem limites, sendo legítima a resistência aos atos do governo se estes violarem as condições do pacto político.
III. Todos os homens nascem sob um governo e, por isso, devem a ele submeter-se ilimitadamente.
IV. Se o homem é naturalmente livre, a sua subordinação a qualquer poder dependerá sempre de seu consentimento.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
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