sexta-feira, 30 de abril de 2010
Urbanização mundial
A urbanização está crescendo cada vez mais, e será ruim em alguns anos, isso será ruim porque esse crescimento será das nações mais pobres, e nessas regiões faltam empregos e é deficiente no setor de serviços, o surto de crescimento acelerado e descontrolado aumenta ainda mais a miséria e piora a qualidade de vida, que já é baixa nesses países.
Essa urbanização acelerada gera um crescimento econômico, mas, por exemplo, no Brasil, não adianta ter crescimento econômico se não se tem uma condição de vida aceitável e empregos descentes.
A sociedade atualmente é industrializada por completo, por exemplo, como diz o filósofo Lefrebvre a sociedade nasce da industrialização, e que por isso é constituída por este processo que domina e engole a produção agrícola
A situação das grandes cidades hoje, é tão ruim que as pessoas estão procurando morar no interior para fugir da violência e estresse da urbanização.
A industrialização começou com a mecanização do campo e a transferência da mão-de-obra para as grandes cidades, com a divisão de setores: primários, secundários e terciários, com a predominância deste último setor o poder econômico e a urbanização cresceram.
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As principais metropoles dos paises desenvolvidos.
As principas metropoles dos paises subdesenvolvidos.
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terça-feira, 27 de abril de 2010
PARA REFLETIR:
O BAMBU
Depois de grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou: _ Vovô, corre aqui! Explica-me como esta figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco se quebrou, caiu com vento e com a chuva, e este bambu tão fraco continua de pé?
_ Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.
A primeira verdade: que o bambu nos ensina é a mais importante: humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama que é o Senhor.
Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus e na oração.
Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas, antes de crescer, ele permite que nasçam outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. E estão sempre grudados uns nos outros, tanto que, de longe, parece uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores.
A quarta verdade: que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.
A quinta verdade é que o bambu é cheio de nós (e não de eu`s). Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a DEUS que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.
A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preencha, que roube nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.
Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é exatamente o titulo do livro: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.
O BAMBU
Depois de grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou: _ Vovô, corre aqui! Explica-me como esta figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco se quebrou, caiu com vento e com a chuva, e este bambu tão fraco continua de pé?
_ Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.
A primeira verdade: que o bambu nos ensina é a mais importante: humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama que é o Senhor.
Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus e na oração.
Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas, antes de crescer, ele permite que nasçam outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. E estão sempre grudados uns nos outros, tanto que, de longe, parece uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores.
A quarta verdade: que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.
A quinta verdade é que o bambu é cheio de nós (e não de eu`s). Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a DEUS que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.
A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preencha, que roube nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.
Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é exatamente o titulo do livro: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
CAPÍTULO 04
Agora, sozinha o marido longe - Chico Bento saíra de manhãzinha a ver se descobria alguém que ensinasse um remédio – de cócoras junto à criança moribunda, Cordulina chorava sem consolo.
Um dos outros pequenos, chupando o dedo, olhava o irmão. E o Pedro, o mais velho, de vez em quando tangia uma mosca que tentava pousar no rosto do doentinho. A criança era só osso e pele. O ventre inchado, o couro seco de defunto, empretecido e malcheiroso.
Quando o pai chegou com uma negra velha rezadeira, Josias, inconsciente, já com o cirro da morte, mal podia respirar.
A velha olhou o doente, abanou o pixaim enfarinhado:
_Tem mais jeito não... Esse já é de Nosso Senhor...
Cordulina ergueu a cabeça, fitou a velha e redobrou o choro. Chico Bento fitava dolorosamente a agonia do filho. E a criança ia se acabando devagar. Lá se tinha ficado o Josias, na sua cova á beira da estrada, com uma cruz de dois paus amarrados, feita pelo pai. Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome, estrada afora.
Cordulina, no entanto, queria-o vivo. Embora sofrendo, mas em pé, andando junto dela, chorando de fome, brigando com os outros...
Dia a dia a miséria aumentava. Só talvez por um milagre iam agüentando tanta fome, tanta sede, tanto sol. O comer era quando deus fosse servido.
Às vezes paravam num povoado, numa vila. Chico bento, sujeitando-se às ocupações mais penosas, arranjava um cruzado, uma rapadura, algum litro de farinha. Mas isso de longe em longe.
Pedro o mais velho dos pequenos, também tentava um ganho; mas em tempo assim, com tanto homem sem trabalho, quem vai dar o que fazer a menino? Cordulina, botando a vergonha de lado, com o Duquinha no quadril, dirigia-se às casas, pedindo um leitinho para dar ao filho, um restinho de farinha ou de goma para fazer uma papa...
A pobre da burra, que vinha se sustentando com casca de pau e sabugos de monturo, foi emagrecendo, descarnando, até ficar uma dura armação de ossos. Chico Bento julgou melhor trocá-la por qualquer cinco mil réis que ser forçado a abandoná-la por aí, meio morta.
E deixaram a companheira de tantas léguas amarrada a uma estaca de cerca. Eles tinham saído na véspera, de manhã, da Canoa. Eram duas horas da tarde. Cordulina, que vinha quase cambaleando, sentou-se numa pedra e falou:
_Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer.
Chico Bento olhou dolorosamente a mulher. O cabelo caía por cima do rosto. A pele, empretecida como uma casca, praguejava nos braços e nos peitos. A memória do vaqueiro começou a recordar a Cordulina do tempo do casamento. Viu-a de branco, gorda e alegre, com um ramo de cravos no cabelo e argola de ouro nas orelhas.
No colo da mãe, o Duquinha, também só osso e pele levava, com um gemido abafado, a mãozinha imunda, de dedos ressequidos, aos pobres olhos doentes. E com a outra tateava o peito da mãe.
E foram andando lentamente, à toa, costeando a margem da caatinga.
Às vezes Pedro parava, curvava-se, espiando debaixo dos paus, procurando ouvir a carreira de algum tejuaçu. Mas o silêncio fino do ar era o mesmo. Mais longe a telha encarnada de uma casa brilhava ao sol. Lentamente Chico moveu os passos na sua direção.
De repente um bé!, agudo e longe, estridulou na calma. E uma cabra ruiva, de focinho quase preto, estendeu a cabeça. Chico bento, perto, olhava-a, com as mãos trêmulas, a garganta áspera, os olhos afogueados.
O animal soltou novamente seu clamor aflito. Cauteloso, o vaqueiro avançou um passo. E de súbito em três pancadas a cabra entonteceu e caiu em cheio por terra. Chico Bento tirou do cinto a faca e abriu no animal um corte. Na pressa, arrancava aqui pedaços de lombo, afinava ali a pele, deixando-a quase transparente.
Mas Pedro que fitava a estrada, o interrompeu:
_Olha, pai!
_Um homem vinha em grandes passadas. Agitava os braços em fúria, aos berros:
_Cachorro! Ladrão! Matar minha cabrinha! Desgraçado!
Chico Bento, desnorteado, deixou a faca cair. O homem avançou, arrebatou-lhe a cabra e procurou enrola-la no couro.
Quase de joelhos, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas que lhe corriam pela face áspera, de mãos juntas, Chico Bento suplicou:
_Meu senhor, pelo amor de Deus! Me deixe um pedaço de carne que dê um caldo para a mulher mais os meninos! Foi pra eles que eu matei! Já caíram com fome!...
_Não dou nada! Ladrão! Sem vergonha!
E o homem disse afinal, num gesto brusco, arrancando as tripas da criação e atirando-se para o vaqueiro:
_Tome! Só se for isto! A um diabo que faz a desgraça que você fez, dar-se tripas é até demais!...
O homem foi para casa e Pedro sem perder tempo, apanhou o fato que ficara no chão e correu para a mãe.
O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER COM A FAMÍLIA DE CHICO BENTO?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
Agora, sozinha o marido longe - Chico Bento saíra de manhãzinha a ver se descobria alguém que ensinasse um remédio – de cócoras junto à criança moribunda, Cordulina chorava sem consolo.
Um dos outros pequenos, chupando o dedo, olhava o irmão. E o Pedro, o mais velho, de vez em quando tangia uma mosca que tentava pousar no rosto do doentinho. A criança era só osso e pele. O ventre inchado, o couro seco de defunto, empretecido e malcheiroso.
Quando o pai chegou com uma negra velha rezadeira, Josias, inconsciente, já com o cirro da morte, mal podia respirar.
A velha olhou o doente, abanou o pixaim enfarinhado:
_Tem mais jeito não... Esse já é de Nosso Senhor...
Cordulina ergueu a cabeça, fitou a velha e redobrou o choro. Chico Bento fitava dolorosamente a agonia do filho. E a criança ia se acabando devagar. Lá se tinha ficado o Josias, na sua cova á beira da estrada, com uma cruz de dois paus amarrados, feita pelo pai. Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome, estrada afora.
Cordulina, no entanto, queria-o vivo. Embora sofrendo, mas em pé, andando junto dela, chorando de fome, brigando com os outros...
Dia a dia a miséria aumentava. Só talvez por um milagre iam agüentando tanta fome, tanta sede, tanto sol. O comer era quando deus fosse servido.
Às vezes paravam num povoado, numa vila. Chico bento, sujeitando-se às ocupações mais penosas, arranjava um cruzado, uma rapadura, algum litro de farinha. Mas isso de longe em longe.
Pedro o mais velho dos pequenos, também tentava um ganho; mas em tempo assim, com tanto homem sem trabalho, quem vai dar o que fazer a menino? Cordulina, botando a vergonha de lado, com o Duquinha no quadril, dirigia-se às casas, pedindo um leitinho para dar ao filho, um restinho de farinha ou de goma para fazer uma papa...
A pobre da burra, que vinha se sustentando com casca de pau e sabugos de monturo, foi emagrecendo, descarnando, até ficar uma dura armação de ossos. Chico Bento julgou melhor trocá-la por qualquer cinco mil réis que ser forçado a abandoná-la por aí, meio morta.
E deixaram a companheira de tantas léguas amarrada a uma estaca de cerca. Eles tinham saído na véspera, de manhã, da Canoa. Eram duas horas da tarde. Cordulina, que vinha quase cambaleando, sentou-se numa pedra e falou:
_Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer.
Chico Bento olhou dolorosamente a mulher. O cabelo caía por cima do rosto. A pele, empretecida como uma casca, praguejava nos braços e nos peitos. A memória do vaqueiro começou a recordar a Cordulina do tempo do casamento. Viu-a de branco, gorda e alegre, com um ramo de cravos no cabelo e argola de ouro nas orelhas.
No colo da mãe, o Duquinha, também só osso e pele levava, com um gemido abafado, a mãozinha imunda, de dedos ressequidos, aos pobres olhos doentes. E com a outra tateava o peito da mãe.
E foram andando lentamente, à toa, costeando a margem da caatinga.
Às vezes Pedro parava, curvava-se, espiando debaixo dos paus, procurando ouvir a carreira de algum tejuaçu. Mas o silêncio fino do ar era o mesmo. Mais longe a telha encarnada de uma casa brilhava ao sol. Lentamente Chico moveu os passos na sua direção.
De repente um bé!, agudo e longe, estridulou na calma. E uma cabra ruiva, de focinho quase preto, estendeu a cabeça. Chico bento, perto, olhava-a, com as mãos trêmulas, a garganta áspera, os olhos afogueados.
O animal soltou novamente seu clamor aflito. Cauteloso, o vaqueiro avançou um passo. E de súbito em três pancadas a cabra entonteceu e caiu em cheio por terra. Chico Bento tirou do cinto a faca e abriu no animal um corte. Na pressa, arrancava aqui pedaços de lombo, afinava ali a pele, deixando-a quase transparente.
Mas Pedro que fitava a estrada, o interrompeu:
_Olha, pai!
_Um homem vinha em grandes passadas. Agitava os braços em fúria, aos berros:
_Cachorro! Ladrão! Matar minha cabrinha! Desgraçado!
Chico Bento, desnorteado, deixou a faca cair. O homem avançou, arrebatou-lhe a cabra e procurou enrola-la no couro.
Quase de joelhos, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas que lhe corriam pela face áspera, de mãos juntas, Chico Bento suplicou:
_Meu senhor, pelo amor de Deus! Me deixe um pedaço de carne que dê um caldo para a mulher mais os meninos! Foi pra eles que eu matei! Já caíram com fome!...
_Não dou nada! Ladrão! Sem vergonha!
E o homem disse afinal, num gesto brusco, arrancando as tripas da criação e atirando-se para o vaqueiro:
_Tome! Só se for isto! A um diabo que faz a desgraça que você fez, dar-se tripas é até demais!...
O homem foi para casa e Pedro sem perder tempo, apanhou o fato que ficara no chão e correu para a mãe.
O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER COM A FAMÍLIA DE CHICO BENTO?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Migrações
segunda-feira, 19 de abril de 2010
CAPÍTULO 03
RESUMO DA NOVELA O QUINZE
Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios.
_Mãezinha, cadê a janta?
_Cala a boca, menino! Já vem!
_Vem lá o quê!...
Angustiado Chico Bento apalpava os bolsos... Nem um triste vintém. Lembrou-se da rede nova que comprara em Quixadá por conta do vale do Vicente. Antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. O vaqueiro saiu com a rede.
_Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito...
Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha:
_Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido...
Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha estendeu a mão com avidez. O que representava aquilo para tanta gente? Horas depois, os meninos gemiam:
_Mãe, tou com fome de novo...
_Vai dormir! Parece que tá espritado! Soca um quarto de rapadura no bucho e ainda fala em fome! Vai dormir!
E Cordulina deu o exemplo, deitando-se com o Duquinha na tipóia muito velha e remendada. A redinha estalou, gemendo. Ela se ajeitou e ficou quieta, as pernas de fora, dando ao menino o peito repuxado.
Chico bento estirou-se no chão. Logo, uma pedra aguda lhe machucou as costelas.
_Ah! Minha rede! Ô chão duro dos diabos! E que fome!
Levantou-se, bebeu um gole de água na cabaça e inutilmente procurou dormir. A rede de Cordulina que tentava um balanço para enganar o menino_ pobrezinho! O peito estava seco como uma sola velha! _ gemia, estalando nos rasgões.
E o intestino vazio se enroscava como uma cobra faminta e em roncos surdos resfolegava furioso: rum, rum, rum...
De manhã cedo, Mocinha foi ao Castro ver se arranjava serviço, uma lavagem de roupa, qualquer coisa para ganhar uns vinténs.
Chico Bento também já não estava no rancho. Vagueava à toa, diante das bodegas enganando a fome e a lembrança que lhe vinha da meninada chorando e do Duquinha gemendo: “Tô tum fome! Dá tumê!”.
Parou. Num quintalejo, um homem tirava leite de uma vaquinha magra. Chico Bento estendeu o olhar faminto, mas sentiu vergonha. Sentiu a cara ardendo e um engasgo na garganta. Mas lhe zunia ainda aos ouvidos: “Mãe, dá tumê...”.
Mocinha chegou animada:
_Tem lá uma mulher que carece de uma moça mode ajudar na cozinha e vender na estação. Cordulina pergunta quem é.
_Sei direito não... Parece que se chama Eugênia...
_E tu não tem pena de ficar aqui, mais esses estranhos?
_Assim... Quem não tem pai nem mãe, como eu, pra todo o mundo é estranho...
Mocinha despediu-se de seu povo. Cordulina a abraçou chorando. Chico Bento deu-lhe a mão com gesto desafetuoso e mole de sertanejo. Mocinha levantou o Duquinha:
_Adeus, meu bem! Tome a bênção de sua tia! O pequeno a agarrou pelo pescoço.
_Adeus, meu filhinho!
Cordulina o prendeu aos amarradilhos da cangalha. O menino tomou o choro e ficou quase um minuto roxo. Depois tornou e eles partiram.
Deitado numa cama de trapos, arquejando, estava um dos meninos de Chico Bento, o Josias. O ventre lhe inchara como um balão. Estavam arranchados numa velha casa de farinha. Desde a véspera, josias adoecera.
De tarde, quando caminhavam com muita fome, tinham passado por uma roça abandonada. Josias, que vinha atrás, distanciou-se. Ele então foi ficando para trás, entrou na roça, escavacou o chão com um pauzinho numa cova onde um tronco de manipeba apontava. Arrancou-lhe mais ou menos a casca e roeu todo o pedaço amargo e seco, até que os dentes rangeram na fibra dura.
Quando se juntou ao grupo que já estava arranchado, a mãe perguntou:
_Que foi Josias? Você anda abestado ou isso é ruindade? Que foi que andou fazendo?
_Nada não... Fiquei ali...
Chico Bento tinha saído a procura de qualquer coisa e deu também com a roça; com algum trabalho conseguiu arrancar uns pedaços de raiz. Enquanto Cordulina ia raspando para um beiju, Josias ao lado dela fazia de vez em quando uma careta e disse a mãe que estava com dor de barriga. Ele contou a história da minipeba. Cordulina levantou-se assustada:
_Meu filho! Pelo amor de Deus! Você comeu mandioca crua?
Assombrado e sentindo a dor mais forte, o pequeno começou a chorar. Cordulina andou até o terreiro limpo, procurando na terra umas folhas para um chá. E enquanto fazia o chá gritava chorando para o marido:
_Chico! Chico! Valha-me Nossa Senhora! O Josias se envenenou!
O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER COM JOSIAS?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
RESUMO DA NOVELA O QUINZE
Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios.
_Mãezinha, cadê a janta?
_Cala a boca, menino! Já vem!
_Vem lá o quê!...
Angustiado Chico Bento apalpava os bolsos... Nem um triste vintém. Lembrou-se da rede nova que comprara em Quixadá por conta do vale do Vicente. Antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. O vaqueiro saiu com a rede.
_Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito...
Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha:
_Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido...
Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha estendeu a mão com avidez. O que representava aquilo para tanta gente? Horas depois, os meninos gemiam:
_Mãe, tou com fome de novo...
_Vai dormir! Parece que tá espritado! Soca um quarto de rapadura no bucho e ainda fala em fome! Vai dormir!
E Cordulina deu o exemplo, deitando-se com o Duquinha na tipóia muito velha e remendada. A redinha estalou, gemendo. Ela se ajeitou e ficou quieta, as pernas de fora, dando ao menino o peito repuxado.
Chico bento estirou-se no chão. Logo, uma pedra aguda lhe machucou as costelas.
_Ah! Minha rede! Ô chão duro dos diabos! E que fome!
Levantou-se, bebeu um gole de água na cabaça e inutilmente procurou dormir. A rede de Cordulina que tentava um balanço para enganar o menino_ pobrezinho! O peito estava seco como uma sola velha! _ gemia, estalando nos rasgões.
E o intestino vazio se enroscava como uma cobra faminta e em roncos surdos resfolegava furioso: rum, rum, rum...
De manhã cedo, Mocinha foi ao Castro ver se arranjava serviço, uma lavagem de roupa, qualquer coisa para ganhar uns vinténs.
Chico Bento também já não estava no rancho. Vagueava à toa, diante das bodegas enganando a fome e a lembrança que lhe vinha da meninada chorando e do Duquinha gemendo: “Tô tum fome! Dá tumê!”.
Parou. Num quintalejo, um homem tirava leite de uma vaquinha magra. Chico Bento estendeu o olhar faminto, mas sentiu vergonha. Sentiu a cara ardendo e um engasgo na garganta. Mas lhe zunia ainda aos ouvidos: “Mãe, dá tumê...”.
Mocinha chegou animada:
_Tem lá uma mulher que carece de uma moça mode ajudar na cozinha e vender na estação. Cordulina pergunta quem é.
_Sei direito não... Parece que se chama Eugênia...
_E tu não tem pena de ficar aqui, mais esses estranhos?
_Assim... Quem não tem pai nem mãe, como eu, pra todo o mundo é estranho...
Mocinha despediu-se de seu povo. Cordulina a abraçou chorando. Chico Bento deu-lhe a mão com gesto desafetuoso e mole de sertanejo. Mocinha levantou o Duquinha:
_Adeus, meu bem! Tome a bênção de sua tia! O pequeno a agarrou pelo pescoço.
_Adeus, meu filhinho!
Cordulina o prendeu aos amarradilhos da cangalha. O menino tomou o choro e ficou quase um minuto roxo. Depois tornou e eles partiram.
Deitado numa cama de trapos, arquejando, estava um dos meninos de Chico Bento, o Josias. O ventre lhe inchara como um balão. Estavam arranchados numa velha casa de farinha. Desde a véspera, josias adoecera.
De tarde, quando caminhavam com muita fome, tinham passado por uma roça abandonada. Josias, que vinha atrás, distanciou-se. Ele então foi ficando para trás, entrou na roça, escavacou o chão com um pauzinho numa cova onde um tronco de manipeba apontava. Arrancou-lhe mais ou menos a casca e roeu todo o pedaço amargo e seco, até que os dentes rangeram na fibra dura.
Quando se juntou ao grupo que já estava arranchado, a mãe perguntou:
_Que foi Josias? Você anda abestado ou isso é ruindade? Que foi que andou fazendo?
_Nada não... Fiquei ali...
Chico Bento tinha saído a procura de qualquer coisa e deu também com a roça; com algum trabalho conseguiu arrancar uns pedaços de raiz. Enquanto Cordulina ia raspando para um beiju, Josias ao lado dela fazia de vez em quando uma careta e disse a mãe que estava com dor de barriga. Ele contou a história da minipeba. Cordulina levantou-se assustada:
_Meu filho! Pelo amor de Deus! Você comeu mandioca crua?
Assombrado e sentindo a dor mais forte, o pequeno começou a chorar. Cordulina andou até o terreiro limpo, procurando na terra umas folhas para um chá. E enquanto fazia o chá gritava chorando para o marido:
_Chico! Chico! Valha-me Nossa Senhora! O Josias se envenenou!
O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER COM JOSIAS?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
terça-feira, 6 de abril de 2010
CAPÍTULO 02
RESUMO DO LIVRO O QUINZE
Vicente falou lentamente, no vaivém do balanço:
_É... Aliás, eu não devia andar comprando gado agora... Mas vamos ao curral para você ver os animais que eu tenho.
Afastaram-se para o curral. Quando o vaqueiro montou novamente, o rapaz disse, a modo de despedida:
_Pois de manhãzinha bem cedo mande o rapaz buscar o animal e a ordem do dinheiro para o Zacarias da feira.
Chico Bento saiu com escuro. Pensava na troca. Umas reses tão formosas! Por um babau velho e cinqüenta mil réis de volta! O que é a gente estar na desgraça...
Agora ao Chico Bento, como único recurso, só restava arribar. Sem legume, sem serviço, não havia de ficar morrendo de fome enquanto a seca durasse. Combinou com a mulher o plano de partida. Ela ouviu chorando. Queria ir pro Amazonas, pois lá não morreriam de fome porque sempre há borracha e serviço.
Cordulina sentiu um aperto de saudade e lastimou-se:
_Mas Chico, eu tenho tanta pena da minha barraquinha. Onde é que a gente vai viver por esse mundão de meu Deus?
_Em todo pé de pau há um galho mode a gente armar a tipóia... Respondeu Chico Bento.
O vaqueiro foi até Quixadá no animal que trocou com Vicente para ver se arranjava as passagens de graça que o governo estava dando.
Recebendo o dinheiro do Zacarias da feira, se desfazendo da burra e matando as criaçõezinhas que restavam que é que faltava?
Foi em vão que Chico Bento contou ao homem das passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a família. Só ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos.
Todas as passagens já estavam cedidas. O jeito era ir por terra.
Cordulina remendava uns panos, quando o vaqueiro chegou:
_Como se foi Chico? Trouxe o dinheiro e as passagens?
_Que passagens! Tem de ir tudo é por terra feito animal! Nesta desgraça quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos!
As pessoas começaram a ir embora por causa da seca.
Dona Inácia e Conceição partem de trem. À janela, a moça acenava com a mão, depois com o lenço que vibrava como uma asa fugitiva. Vicente correspondia, sacudindo seu largo chapéu de massa.
Dona Inácia enxugava os olhos que insistiam em lacrimejar. Conceição passou-lhe a mão pelo ombro:
_Que é isso mãe Nácia, ainda chorando?
_Deixar tudo assim, morrendo de fome e de seca! Fazia vinte e cinco anos que eu não saía do Logradouro, a não ser para Quixadá!...
Chico Bento vai embora por terra.
Coloca o pequeno no meio da carga, amarrado por um pano aos cabeçotes da cangalha. Mocinha, a cunhada, levava sua trouxa debaixo do braço, e na mão, os chinelos vermelhos de ir à missa. O sol esquentava, os meninos brigavam, Cordulina e Chico choravam.
Na primeira noite, arrancharam-se numa tapera que apareceu junto da estrada. O vaqueiro trouxe uma manta de carne de bode, seca, e um saco de farinha, com quartos de rapadura dentro.
As mulheres improvisaram uma trempe e acenderam o fogo. E a carne foi assada sobre as brasas. Como não tinha água para lavar, estava muito salgada, estava uma pia.
Chico Bento arranjou água a quase um quilômetro de distância para matar a sede da família.
Debaixo de um juazeiro grande se arranchara um bando de retirantes: uma velha, dois homens, uma mulher nova e algumas crianças.
Quando Chico Bento e seu grupo apontaram na estrada, os homens esfolavam uma rês e as mulheres ferviam água em uma lata de querosene.
Cordulina ofegava de cansaço, Mocinha lambia os pés queimados e os meninos choramingavam pedindo de comer.
O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou no direito de se abrigar lá. Depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparou nos vizinhos. A rês estava esfolada e mal cheirosa.
Chico Bento se aproxima dos esfoleadores e pergunta:
_De que morreu essa novilha?
Um dos homens levantou-se e disse:
_De mal dos chifres. Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar mode não dar para os urubus e matar nossa fome.
Chico Bento cuspiu longe, enjoado:
_E vosmecês têm coragem de comer isso?
O outro explicou:
_Faz dois dias que a gente não bota um de comer de panela na boca...
_Por isso não! Disse Chico Bento. Eu tenho um resto de criação salgada que dá pra nós. Rebolem essa porcaria podre para os urubus.
E o bode sumiu-se todo...
E AGORA? O QUE SERÁ DA FAMÍLIA DE CHICO BENTO SEM TER O QUE COMER AMANHÃ?
RESUMO DO LIVRO O QUINZE
Vicente falou lentamente, no vaivém do balanço:
_É... Aliás, eu não devia andar comprando gado agora... Mas vamos ao curral para você ver os animais que eu tenho.
Afastaram-se para o curral. Quando o vaqueiro montou novamente, o rapaz disse, a modo de despedida:
_Pois de manhãzinha bem cedo mande o rapaz buscar o animal e a ordem do dinheiro para o Zacarias da feira.
Chico Bento saiu com escuro. Pensava na troca. Umas reses tão formosas! Por um babau velho e cinqüenta mil réis de volta! O que é a gente estar na desgraça...
Agora ao Chico Bento, como único recurso, só restava arribar. Sem legume, sem serviço, não havia de ficar morrendo de fome enquanto a seca durasse. Combinou com a mulher o plano de partida. Ela ouviu chorando. Queria ir pro Amazonas, pois lá não morreriam de fome porque sempre há borracha e serviço.
Cordulina sentiu um aperto de saudade e lastimou-se:
_Mas Chico, eu tenho tanta pena da minha barraquinha. Onde é que a gente vai viver por esse mundão de meu Deus?
_Em todo pé de pau há um galho mode a gente armar a tipóia... Respondeu Chico Bento.
O vaqueiro foi até Quixadá no animal que trocou com Vicente para ver se arranjava as passagens de graça que o governo estava dando.
Recebendo o dinheiro do Zacarias da feira, se desfazendo da burra e matando as criaçõezinhas que restavam que é que faltava?
Foi em vão que Chico Bento contou ao homem das passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a família. Só ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos.
Todas as passagens já estavam cedidas. O jeito era ir por terra.
Cordulina remendava uns panos, quando o vaqueiro chegou:
_Como se foi Chico? Trouxe o dinheiro e as passagens?
_Que passagens! Tem de ir tudo é por terra feito animal! Nesta desgraça quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos!
As pessoas começaram a ir embora por causa da seca.
Dona Inácia e Conceição partem de trem. À janela, a moça acenava com a mão, depois com o lenço que vibrava como uma asa fugitiva. Vicente correspondia, sacudindo seu largo chapéu de massa.
Dona Inácia enxugava os olhos que insistiam em lacrimejar. Conceição passou-lhe a mão pelo ombro:
_Que é isso mãe Nácia, ainda chorando?
_Deixar tudo assim, morrendo de fome e de seca! Fazia vinte e cinco anos que eu não saía do Logradouro, a não ser para Quixadá!...
Chico Bento vai embora por terra.
Coloca o pequeno no meio da carga, amarrado por um pano aos cabeçotes da cangalha. Mocinha, a cunhada, levava sua trouxa debaixo do braço, e na mão, os chinelos vermelhos de ir à missa. O sol esquentava, os meninos brigavam, Cordulina e Chico choravam.
Na primeira noite, arrancharam-se numa tapera que apareceu junto da estrada. O vaqueiro trouxe uma manta de carne de bode, seca, e um saco de farinha, com quartos de rapadura dentro.
As mulheres improvisaram uma trempe e acenderam o fogo. E a carne foi assada sobre as brasas. Como não tinha água para lavar, estava muito salgada, estava uma pia.
Chico Bento arranjou água a quase um quilômetro de distância para matar a sede da família.
Debaixo de um juazeiro grande se arranchara um bando de retirantes: uma velha, dois homens, uma mulher nova e algumas crianças.
Quando Chico Bento e seu grupo apontaram na estrada, os homens esfolavam uma rês e as mulheres ferviam água em uma lata de querosene.
Cordulina ofegava de cansaço, Mocinha lambia os pés queimados e os meninos choramingavam pedindo de comer.
O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou no direito de se abrigar lá. Depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparou nos vizinhos. A rês estava esfolada e mal cheirosa.
Chico Bento se aproxima dos esfoleadores e pergunta:
_De que morreu essa novilha?
Um dos homens levantou-se e disse:
_De mal dos chifres. Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar mode não dar para os urubus e matar nossa fome.
Chico Bento cuspiu longe, enjoado:
_E vosmecês têm coragem de comer isso?
O outro explicou:
_Faz dois dias que a gente não bota um de comer de panela na boca...
_Por isso não! Disse Chico Bento. Eu tenho um resto de criação salgada que dá pra nós. Rebolem essa porcaria podre para os urubus.
E o bode sumiu-se todo...
E AGORA? O QUE SERÁ DA FAMÍLIA DE CHICO BENTO SEM TER O QUE COMER AMANHÃ?
segunda-feira, 5 de abril de 2010
A expanão ultramarina européia
A expansão marítima européia, processo histórico ocorrido entre os séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa superasse a crise dos séculos XIV e XV.
Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.
O contato comercial entre todas as partes do mundo (Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma história em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos conhecimento geográficos e o contato entre culturas diferentes.
Fatores para a Expansão Marítima
A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este processo como uma empresa comercial de navegação, ou como grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.
Formação do Estado Nacional e a centralização política-as Grandes Navegações só foram possíveis com a centralização do poder político, pois fazia-se necessário uma complexa estrutura material de navios, armas, homens, recursos financeiros.
A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão marítima.
Avanços técnicos na arte náutica-o aprimoramento dos conhecimentos geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de instrumentos náuticos-bússola, astrolábio, sextante - e a construção de embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e as caravelas.
Interesses econômicos- a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em virtude da retomada do crescimento demográfico; a necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo que contribuía para o encarecimento das mercadorias vindas do Oriente; tomada de Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda mais os produtos do Oriente.
Sociais-o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.
Religiosos-a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação missionária da Igreja Católica.
Expansão marítima portuguesa
Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela sua centralização política que, como vimos, era condição primordial para as Grandes Navegações.
A formação do Estado Nacional português está relacionada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica.
A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial interna.
Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal conhece um movimento político denominado Revolução de Avis -movimento que realiza a centralização do poder político: aliança entre a burguesia mercantil lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão marítima.
Etapas da expansão
A expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de terras; à Igreja Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.
A seguir, as principais etapas da expansão de Portugal:
1415 -tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África;
1420 -ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 -chegada ao Cabo Bojador;
1445 -chegada ao Cabo Verde;
1487 -Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das Tormentas;
1498 -Vasco da Gama atinge as Índias ( Calicute );
1499 -viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Expansão marítima espanhola
A Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.
No ano de 1492 o último reduto mouro -Granada -foi conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristovão Colombo ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.
Colombo acreditava que, navegando para oeste, atingiria o Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber chegou a um novo continente: a América.
A seguir a principais etapas da expansão espanhola:
1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;
1504 -Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.
As rivalidades Ibérica
Portugal e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos ou a descobrir, resolveram assinar um acordo -proposto pelo papa Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações
Navegações Tardias
Inglaterra, França e Holanda.
O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:
A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos(1337-1453) e, após este longo conflito, a inglaterra passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI (1461-1483).
Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima.
A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima.CONSEQÜÊNCIAS
As Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade. Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos.
A seguir algumas das principais mudanças:
A decadência das cidades italianas; a mudança do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico; a formação do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América; o retorno do escravismo em moldes capitalistas; o euro-centrismo, ou a hegemonia européia sobre o mundo; e o processo de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do capitalismo.
Faça uma Leitura do Texto.
Em seu caderno a partir da leitura faça um fichamento.
Assista a video e faça um relatório.
Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.
O contato comercial entre todas as partes do mundo (Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma história em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos conhecimento geográficos e o contato entre culturas diferentes.
Fatores para a Expansão Marítima
A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este processo como uma empresa comercial de navegação, ou como grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.
Formação do Estado Nacional e a centralização política-as Grandes Navegações só foram possíveis com a centralização do poder político, pois fazia-se necessário uma complexa estrutura material de navios, armas, homens, recursos financeiros.
A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão marítima.
Avanços técnicos na arte náutica-o aprimoramento dos conhecimentos geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de instrumentos náuticos-bússola, astrolábio, sextante - e a construção de embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e as caravelas.
Interesses econômicos- a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em virtude da retomada do crescimento demográfico; a necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo que contribuía para o encarecimento das mercadorias vindas do Oriente; tomada de Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda mais os produtos do Oriente.
Sociais-o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.
Religiosos-a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação missionária da Igreja Católica.
Expansão marítima portuguesa
Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela sua centralização política que, como vimos, era condição primordial para as Grandes Navegações.
A formação do Estado Nacional português está relacionada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica.
A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial interna.
Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal conhece um movimento político denominado Revolução de Avis -movimento que realiza a centralização do poder político: aliança entre a burguesia mercantil lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão marítima.
Etapas da expansão
A expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de terras; à Igreja Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.
A seguir, as principais etapas da expansão de Portugal:
1415 -tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África;
1420 -ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 -chegada ao Cabo Bojador;
1445 -chegada ao Cabo Verde;
1487 -Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das Tormentas;
1498 -Vasco da Gama atinge as Índias ( Calicute );
1499 -viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Expansão marítima espanhola
A Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.
No ano de 1492 o último reduto mouro -Granada -foi conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristovão Colombo ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.
Colombo acreditava que, navegando para oeste, atingiria o Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber chegou a um novo continente: a América.
A seguir a principais etapas da expansão espanhola:
1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;
1504 -Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.
As rivalidades Ibérica
Portugal e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos ou a descobrir, resolveram assinar um acordo -proposto pelo papa Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações
Navegações Tardias
Inglaterra, França e Holanda.
O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:
A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos(1337-1453) e, após este longo conflito, a inglaterra passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI (1461-1483).
Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima.
A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima.CONSEQÜÊNCIAS
As Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade. Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos.
A seguir algumas das principais mudanças:
A decadência das cidades italianas; a mudança do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico; a formação do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América; o retorno do escravismo em moldes capitalistas; o euro-centrismo, ou a hegemonia européia sobre o mundo; e o processo de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do capitalismo.
Faça uma Leitura do Texto.
Em seu caderno a partir da leitura faça um fichamento.
Assista a video e faça um relatório.
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