FICHA DE LEITURA
NOME DA AUTORA: ______________________________________________
TÍTULO: ________________________________________________________
INFORMAÇÕES SOBRE A AUTORA:
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OUTRAS OBRAS DA AUTORA:
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RESUMO:
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CITAÇÕES:
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COMENTÁRIOS:
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sexta-feira, 28 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
PARA REFLETIR
O Café e a Xícara
Um grupo de ex-alunos, todos bem estabelecidos em suas profissões, reuniu-se para visitar o velho professor universitário. Em pouco tempo, a conversa adotou o rumo das reclamações contra o estresse, no trabalho e na vida.
Depois de oferecer café aos visitantes, o professor foi à cozinha e retornou trazendo um grande bule de café. Trouxe também uma quantidade mais do que suficiente de xícaras de porcelana, de plástico, de vidro, de cristal, algumas de aspecto simples, algumas caras, outras sofisticadas e disse a eles que se servissem de café à vontade.
Quando cada estudante tinha nas mãos a sua xícara de café, o professor disse:
"Se observarem, verão que todas as xícaras bonitas e caras foram escolhidas, e ficaram para trás as simples e as baratas. É bastante normal que vocês queiram só o melhor para vocês mesmos, mas essa é a fonte dos seus problemas e do seu estresse. O que todos realmente queriam era café, e não a xícara, mas vocês conscientemente pegaram as melhores xícaras, e ficaram olhando para as xícaras um do outro. Vejam que a vida é como o café, e os empregos, o dinheiro e a posição social são as xícaras; são apenas instrumentos para viver a vida, mas a qualidade da vida não muda por causa deles. Às vezes, por concentrar-nos só na xícara, deixamos de apreciar o café que há nela. Portanto, não deixem que as xícaras distraiam vocês... apreciem o café..."
Um grupo de ex-alunos, todos bem estabelecidos em suas profissões, reuniu-se para visitar o velho professor universitário. Em pouco tempo, a conversa adotou o rumo das reclamações contra o estresse, no trabalho e na vida.
Depois de oferecer café aos visitantes, o professor foi à cozinha e retornou trazendo um grande bule de café. Trouxe também uma quantidade mais do que suficiente de xícaras de porcelana, de plástico, de vidro, de cristal, algumas de aspecto simples, algumas caras, outras sofisticadas e disse a eles que se servissem de café à vontade.
Quando cada estudante tinha nas mãos a sua xícara de café, o professor disse:
"Se observarem, verão que todas as xícaras bonitas e caras foram escolhidas, e ficaram para trás as simples e as baratas. É bastante normal que vocês queiram só o melhor para vocês mesmos, mas essa é a fonte dos seus problemas e do seu estresse. O que todos realmente queriam era café, e não a xícara, mas vocês conscientemente pegaram as melhores xícaras, e ficaram olhando para as xícaras um do outro. Vejam que a vida é como o café, e os empregos, o dinheiro e a posição social são as xícaras; são apenas instrumentos para viver a vida, mas a qualidade da vida não muda por causa deles. Às vezes, por concentrar-nos só na xícara, deixamos de apreciar o café que há nela. Portanto, não deixem que as xícaras distraiam vocês... apreciem o café..."
segunda-feira, 24 de maio de 2010
ATIVIDADE 3º ANO - QUEBRA CABEÇA COM TEXTOS.
25/05/2010 - Língua Portuguesa
Leia as frases e tente ordená-las, formando um texto coerente.
BRASILEIRA QUE DISSE TER SOFRIDO ATAQUE NEONAZISTA É CONDENADA NA SUÍÇA
( ) O caso Paula Oliveira criou uma tensão diplomática entre o Brasil e a Suíça em fevereiro, quando a advogada de 26 anos, que vivia legalmente na Suíça, disse à polícia de Zurique que havia sido vítima de um ataque xenófobo.
( ) A advogada brasileira Paula Oliveira, que afirmou ter sido vítima de um ataque neonazista na Suíça, em fevereiro deste ano, foi considerada culpada por enganar a Justiça do país europeu. Ela foi condenada a pagar por despesas judiciais que somam 2,5 mil francos suíços (R$ 4,2 mil) e pelos custos das investigações, cujo total não foi divulgado. As informações são da BBC Brasil.
( ) Apenas os custos da perícia psiquiátrica a que ela foi submetida durante as investigações foram estimados pela imprensa suíça em 20 mil francos suíços (aproximadamente R$ 33,7 mil). A brasileira também foi condenada a pagar uma multa condicional de 10,8 mil francos suíços (cerca de R$ 18,2 mil). A promotoria havia exigido uma multa de 12,6 mil francos suíços (cerca de R$ 21,3 mil).
( ) Com o fim do julgamento, a advogada vai receber seu passaporte de volta e poderá voltar ao Brasil. Mas, durante o julgamento, ela manifestou que deseja continuar na Suíça.
( ) O advogado de Paula, Roger Müller, em seu discurso de defesa, afirmou que a brasileira não sabe exatamente o que aconteceu naquele dia. Ele disse também que ela viveu o caso em sua cabeça e que, por isso, não teria tentado enganar as autoridades conscientemente. Müller argumentou que os problemas psicológicos de Paula levaram a que ela acreditasse ter realmente sido vítima de um ataque.
( ) A brasileira, primeiramente, afirmou que estava grávida e que havia perdido gêmeos quando os agressores marcaram, à faca, as iniciais de um partido suíço de extrema direita no corpo dela. O caso, entretanto, mudou de direção quando Paula confessou a automutilação, embora tenha mudado novamente a versão dos fatos durante o julgamento de hoje (16).
O SEGREDO DO CASAMENTO
( ) Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas, dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue.
( ) Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.
( ) Meus amigos separados não cansam de me perguntar como eu consegui ficar casado trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.
( ) Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu.
( ) O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.
( ) Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua de mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?
( ) Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensando fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.
( ) Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.
( ) Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casame nto anterior.
( ) Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é sua esposa que está ficando chata e mofada, são os amigos dela (e talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desb otada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazer es da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.
Professora Lela.
Leia as frases e tente ordená-las, formando um texto coerente.
BRASILEIRA QUE DISSE TER SOFRIDO ATAQUE NEONAZISTA É CONDENADA NA SUÍÇA
( ) O caso Paula Oliveira criou uma tensão diplomática entre o Brasil e a Suíça em fevereiro, quando a advogada de 26 anos, que vivia legalmente na Suíça, disse à polícia de Zurique que havia sido vítima de um ataque xenófobo.
( ) A advogada brasileira Paula Oliveira, que afirmou ter sido vítima de um ataque neonazista na Suíça, em fevereiro deste ano, foi considerada culpada por enganar a Justiça do país europeu. Ela foi condenada a pagar por despesas judiciais que somam 2,5 mil francos suíços (R$ 4,2 mil) e pelos custos das investigações, cujo total não foi divulgado. As informações são da BBC Brasil.
( ) Apenas os custos da perícia psiquiátrica a que ela foi submetida durante as investigações foram estimados pela imprensa suíça em 20 mil francos suíços (aproximadamente R$ 33,7 mil). A brasileira também foi condenada a pagar uma multa condicional de 10,8 mil francos suíços (cerca de R$ 18,2 mil). A promotoria havia exigido uma multa de 12,6 mil francos suíços (cerca de R$ 21,3 mil).
( ) Com o fim do julgamento, a advogada vai receber seu passaporte de volta e poderá voltar ao Brasil. Mas, durante o julgamento, ela manifestou que deseja continuar na Suíça.
( ) O advogado de Paula, Roger Müller, em seu discurso de defesa, afirmou que a brasileira não sabe exatamente o que aconteceu naquele dia. Ele disse também que ela viveu o caso em sua cabeça e que, por isso, não teria tentado enganar as autoridades conscientemente. Müller argumentou que os problemas psicológicos de Paula levaram a que ela acreditasse ter realmente sido vítima de um ataque.
( ) A brasileira, primeiramente, afirmou que estava grávida e que havia perdido gêmeos quando os agressores marcaram, à faca, as iniciais de um partido suíço de extrema direita no corpo dela. O caso, entretanto, mudou de direção quando Paula confessou a automutilação, embora tenha mudado novamente a versão dos fatos durante o julgamento de hoje (16).
O SEGREDO DO CASAMENTO
( ) Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas, dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue.
( ) Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.
( ) Meus amigos separados não cansam de me perguntar como eu consegui ficar casado trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.
( ) Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu.
( ) O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.
( ) Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua de mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?
( ) Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensando fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.
( ) Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.
( ) Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casame nto anterior.
( ) Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é sua esposa que está ficando chata e mofada, são os amigos dela (e talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desb otada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazer es da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.
Professora Lela.
CAPÍTULO 07 - O QUINZE
CAPÍTULO 07
_Dê... Se é da gente deixar morrer, pra entregar aos urubus, antes botar nas mãos da madrinha, que ao menos faz o enterro...
Cordulina levou Duca, com a camisinha lavada numa das vezes em que foi buscar as sobras de comida que Dona Inácia lhe guardava. Conceição vendo-a entrar gritou alegremente:
_Foi de vez comadre? Agora não leva mais! Pobrezinho de meu afilhado! Que é que tem dentro dessa barriga tão inchada Manuel?
Quando o quis tomar ao colo, o pequeno chorou e agarrou-se à mãe. Com muito custo, Cordulina o pôs no chão e para que ele não a visse sair, a mãe, depois de ir à cozinha arrecadar a sua trouxa, retirou-se escondida.
Conceição aproximou-se de novo, procurando atrair o afilhado com agrados, com comida. Mas Duquinha não se mexia nem queria comer nada. Ao meio dia Dona Inácia fez Conceição, com uma colher, por detrás dele, chegar-lhe um pouco de leite à boca. O menino gostou e continuou chupando a colher e reclamando com gritos quando a moça se demorava.
Fosse pela falta da mãe, ou por um atual excesso de alimentação, ou apenas em conseqüência das misérias sofridas, Duquinha caiu muito doente. Conceição chamou um médico que apalpou os bracinhos ressequidos e as pobres perninhas atrofiadas e horrorizado perguntou onde ela tinha arranjado uma criança tão fraquinha e esquelética.
A moça explicou:
_É meu afilhado doutor.
Passaram quinze dias e o menino melhorou. Já se sentava na rede e pegava com as mãos incertas a tigela de leite ou de caldo.
Uma tarde, no campo, Chico Bento chamou Conceição à parte e explicou:
_Comadre, quando eu saí do meu canto era determinado a embarcar para o Norte. Com a morte de Josias e a fuga do outro, a mulher desanimou e pegou numa choradeira todo dia, com medo de perder o resto... Eu queria que a senhora desse uns conselhos a ela e depois me arranjasse umas passagenzinhas pro vapor.
Conceição mordeu o lábio, pensativa:
_Isso não, compadre! Eu acho que a comadre tem uma certa razão... Estas crianças não suportam uma viagem para o Amazonas...
Chico Bento lembrou:
_Também pensei no Maranhão...
Cordulina respondeu assombrada:
_Que Maranhão, Chico, Deus me livre! Lá família inteirinha morre de sezão que nem se fosse de peste.
E ficaram os três indecisos, calados. Subitamente Conceição teve uma idéia:
_Por que vocês não vão para São Paulo? Diz que lá é muito bom... Tem trabalho e clima sadio.
O vaqueiro levantou os olhos e concordou. As passagens obtiveram sem custo. Cordulina foi se despedir do Duquinha. Chico Bento fitava o navio, escuro e enorme e sentia como que um imã o atraindo para aquele destino aventuroso. Despediram-se e foram embora. Iam para o desconhecido, para um barracão de emigrantes, para uma escravidão de colonos...
Iam para o destino, que os chamara de tão longe, das secas de Quixadá, e os trouxera entre a fome e mortes, e angústias infinitas.
Enfim caiu a primeira chuva de dezembro. Foi estranha a impressão de Vicente, acordando de madrugada, com um barulho desacostumado no telhado.
_Chuva? Possível?
Todos se alegraram. Dona Inácia se preparava para voltar ao Logradouro e Conceição se lamentava porque queria a avó com ela. A avó queria levar o Duquinha, mas a neta não concordou, pois já estava querendo bem ao menino e mesmo assim ficaria menos isolada...
Dona Inácia partiu. Em Baturité, quando retirava da valise um sanduíche, ouviu alguém chamando:
_A bênção madrin’Nácia!
Na plataforma da estação, uma moça magra, suja e esfarrapada – um dos eternos fantasmas da seca – choramingava baixinho. Dona Inácia não a reconheceu:
_Quem é você?
A moça gemeu tristemente:
_Eu sou a Mocinha, cunhada do Chico Bento, das Aroeiras...
_Você! Mas Mocinha, o que foi isso?
A mulher chorava em desespero e murmurou:
_Desgraça da vida, minha madrinha! O Chico tinha me deixado no Castro, em casa duma mulher que tem uma venda na estação. Mas eu não aturei até que fiquei nesta desgraça, e ainda por cima, com um filho. O pobrezinho ainda não tem um mês...
_E você quer voltar para o sertão, Mocinha?
_Não, aqui ainda vou vivendo... Tiro esmola.
Dona Inácia abriu a bolsa, puxou uma nota de cinco mil réis.
_Tome, se quiser ir pro Logradouro, tem lá uma casa vazia e eu lhe ajudo no que puder.
O trem partiu e Mocinha ficou na calçada.
Dona Inácia chega a Quixadá e é bem recebida pelas primas que a esperava na estação. Ela se dirige a cada um dos seus homens:
_Oh! Vocês por aqui? Então não esqueceram da velha?
***
Um ano... Dois anos... Três anos...
A banda de música atacou os derradeiros compassos do dobrado. As mocinhas vendiam cartelas, circulavam apressados entre os passeantes. Já fazia tempo que não havia em Quixadá quermesse de Natal tão animada.
O povo se apinhava na avenida, o dinheiro circulava alegremente.
E todos viveram felizes na medida do possível.
AGUARDE, EM BREVE, A PRÓXIMA NOVELA!
_Dê... Se é da gente deixar morrer, pra entregar aos urubus, antes botar nas mãos da madrinha, que ao menos faz o enterro...
Cordulina levou Duca, com a camisinha lavada numa das vezes em que foi buscar as sobras de comida que Dona Inácia lhe guardava. Conceição vendo-a entrar gritou alegremente:
_Foi de vez comadre? Agora não leva mais! Pobrezinho de meu afilhado! Que é que tem dentro dessa barriga tão inchada Manuel?
Quando o quis tomar ao colo, o pequeno chorou e agarrou-se à mãe. Com muito custo, Cordulina o pôs no chão e para que ele não a visse sair, a mãe, depois de ir à cozinha arrecadar a sua trouxa, retirou-se escondida.
Conceição aproximou-se de novo, procurando atrair o afilhado com agrados, com comida. Mas Duquinha não se mexia nem queria comer nada. Ao meio dia Dona Inácia fez Conceição, com uma colher, por detrás dele, chegar-lhe um pouco de leite à boca. O menino gostou e continuou chupando a colher e reclamando com gritos quando a moça se demorava.
Fosse pela falta da mãe, ou por um atual excesso de alimentação, ou apenas em conseqüência das misérias sofridas, Duquinha caiu muito doente. Conceição chamou um médico que apalpou os bracinhos ressequidos e as pobres perninhas atrofiadas e horrorizado perguntou onde ela tinha arranjado uma criança tão fraquinha e esquelética.
A moça explicou:
_É meu afilhado doutor.
Passaram quinze dias e o menino melhorou. Já se sentava na rede e pegava com as mãos incertas a tigela de leite ou de caldo.
Uma tarde, no campo, Chico Bento chamou Conceição à parte e explicou:
_Comadre, quando eu saí do meu canto era determinado a embarcar para o Norte. Com a morte de Josias e a fuga do outro, a mulher desanimou e pegou numa choradeira todo dia, com medo de perder o resto... Eu queria que a senhora desse uns conselhos a ela e depois me arranjasse umas passagenzinhas pro vapor.
Conceição mordeu o lábio, pensativa:
_Isso não, compadre! Eu acho que a comadre tem uma certa razão... Estas crianças não suportam uma viagem para o Amazonas...
Chico Bento lembrou:
_Também pensei no Maranhão...
Cordulina respondeu assombrada:
_Que Maranhão, Chico, Deus me livre! Lá família inteirinha morre de sezão que nem se fosse de peste.
E ficaram os três indecisos, calados. Subitamente Conceição teve uma idéia:
_Por que vocês não vão para São Paulo? Diz que lá é muito bom... Tem trabalho e clima sadio.
O vaqueiro levantou os olhos e concordou. As passagens obtiveram sem custo. Cordulina foi se despedir do Duquinha. Chico Bento fitava o navio, escuro e enorme e sentia como que um imã o atraindo para aquele destino aventuroso. Despediram-se e foram embora. Iam para o desconhecido, para um barracão de emigrantes, para uma escravidão de colonos...
Iam para o destino, que os chamara de tão longe, das secas de Quixadá, e os trouxera entre a fome e mortes, e angústias infinitas.
Enfim caiu a primeira chuva de dezembro. Foi estranha a impressão de Vicente, acordando de madrugada, com um barulho desacostumado no telhado.
_Chuva? Possível?
Todos se alegraram. Dona Inácia se preparava para voltar ao Logradouro e Conceição se lamentava porque queria a avó com ela. A avó queria levar o Duquinha, mas a neta não concordou, pois já estava querendo bem ao menino e mesmo assim ficaria menos isolada...
Dona Inácia partiu. Em Baturité, quando retirava da valise um sanduíche, ouviu alguém chamando:
_A bênção madrin’Nácia!
Na plataforma da estação, uma moça magra, suja e esfarrapada – um dos eternos fantasmas da seca – choramingava baixinho. Dona Inácia não a reconheceu:
_Quem é você?
A moça gemeu tristemente:
_Eu sou a Mocinha, cunhada do Chico Bento, das Aroeiras...
_Você! Mas Mocinha, o que foi isso?
A mulher chorava em desespero e murmurou:
_Desgraça da vida, minha madrinha! O Chico tinha me deixado no Castro, em casa duma mulher que tem uma venda na estação. Mas eu não aturei até que fiquei nesta desgraça, e ainda por cima, com um filho. O pobrezinho ainda não tem um mês...
_E você quer voltar para o sertão, Mocinha?
_Não, aqui ainda vou vivendo... Tiro esmola.
Dona Inácia abriu a bolsa, puxou uma nota de cinco mil réis.
_Tome, se quiser ir pro Logradouro, tem lá uma casa vazia e eu lhe ajudo no que puder.
O trem partiu e Mocinha ficou na calçada.
Dona Inácia chega a Quixadá e é bem recebida pelas primas que a esperava na estação. Ela se dirige a cada um dos seus homens:
_Oh! Vocês por aqui? Então não esqueceram da velha?
***
Um ano... Dois anos... Três anos...
A banda de música atacou os derradeiros compassos do dobrado. As mocinhas vendiam cartelas, circulavam apressados entre os passeantes. Já fazia tempo que não havia em Quixadá quermesse de Natal tão animada.
O povo se apinhava na avenida, o dinheiro circulava alegremente.
E todos viveram felizes na medida do possível.
AGUARDE, EM BREVE, A PRÓXIMA NOVELA!
PARA REFLETIR!
TODO DIA É UM DIA A MENOS
Todo dia é menos um dia;
menos um dia para ser feliz;
é menos um dia para dar e receber;
é menos um dia para amar e ser amado;
é menos um dia para ouvir e, principalmente, calar!
Sim, porque calando nem sempre quer dizer
que concordamos com o que ouvimos ou lemos,
mas estamos dando a outrem a chance de pensar,
refletir, saber o que falou ou escreveu.
Saber ouvir é um raro dom, reconheçamos.
Mas saber calar, mais raro ainda.
E como humanos estamos sujeitos a errar.
E nosso erro mais primário, é não saber
Ouvir e calar!
Todo dia é menos um dia para dar um sorriso,
Muitas vezes alguém precisa, apenas de um sorriso
para sentir um pouco de felicidade!
Todo dia é menos um dia para dizer:
- Desculpe, eu errei!
Para dizer:
- Perdoe-me por favor, fui injusto!
Todo dia é menos um dia;
Para voltarmos sobre os nossos passos.
De repente descobrimos que estamos muito longe
E já não há mais como encontrar
onde pisamos quando íamos.
Já não conseguiremos distinguir nossos passos
de tantos outros que vieram depois dos nossos.
E se esse dia chega, por mais que voltemos;
estaremos seguindo um caminho, que jamais
nos trará ao ponto de partida.
Por isso use cada dia com sabedoria.
Ouça e cale se não se sentir bem;
Leia e deixe de lado, outra hora você vai conseguir
interpretar melhor e saber o que quis ser dito.
(Carlos Drumonnd de Andrade)
Todo dia é menos um dia;
menos um dia para ser feliz;
é menos um dia para dar e receber;
é menos um dia para amar e ser amado;
é menos um dia para ouvir e, principalmente, calar!
Sim, porque calando nem sempre quer dizer
que concordamos com o que ouvimos ou lemos,
mas estamos dando a outrem a chance de pensar,
refletir, saber o que falou ou escreveu.
Saber ouvir é um raro dom, reconheçamos.
Mas saber calar, mais raro ainda.
E como humanos estamos sujeitos a errar.
E nosso erro mais primário, é não saber
Ouvir e calar!
Todo dia é menos um dia para dar um sorriso,
Muitas vezes alguém precisa, apenas de um sorriso
para sentir um pouco de felicidade!
Todo dia é menos um dia para dizer:
- Desculpe, eu errei!
Para dizer:
- Perdoe-me por favor, fui injusto!
Todo dia é menos um dia;
Para voltarmos sobre os nossos passos.
De repente descobrimos que estamos muito longe
E já não há mais como encontrar
onde pisamos quando íamos.
Já não conseguiremos distinguir nossos passos
de tantos outros que vieram depois dos nossos.
E se esse dia chega, por mais que voltemos;
estaremos seguindo um caminho, que jamais
nos trará ao ponto de partida.
Por isso use cada dia com sabedoria.
Ouça e cale se não se sentir bem;
Leia e deixe de lado, outra hora você vai conseguir
interpretar melhor e saber o que quis ser dito.
(Carlos Drumonnd de Andrade)
terça-feira, 18 de maio de 2010
A Revolução Russa de 1917
Marca o fim dos czares, sendo a primeira tentativa bem – sucedida de implantação de um regime. Divide-se em duas etapas, a democrática, em fevereiro de 1917, e a socialista, com a instalação da ditadura de proletariado, em outubro do mesmo ano.
Revolução de 1905- Em 22 de janeiro de 1905 mais de mil operários são massacrados em uma manifestações em São Petersburgo, no episódio conhecido como Domingo Sangrento. Segue –se outras revoltas, como a do marinheiros do encouraçado Potemkim. Em Odessa, e a da guarnição da base de Kronstadt. Diante da reação o czar permite formação da Duma (Parlamento) más as vésperas da 1ª Guerra Mundial as forças policiais voltam agir com violência. O governo de Nicolau II é autocrático e corrupto e o czar é suspeito de ser simpático alemães. O ministério é dominado pela estranha figura de Grigor Rasputin, um camponês siberiano e oculista libertinagem e poder político despertam o ódio da população. Rasputin é assassinado em 1916.
Participação na 1ª Guerra – A mobilização de cerca de 13 milhões de soldados desfalca sociedade. Os gasto com a guerra diminuem os investimento em bens de consumo elevando os preços inúmeros conflitos internos. Os soldados russos morrem nas frentes de batalha por falta de equipamentos, alimentos e vestuário. A fome chega às grandes cidades, onde também falta carvão no inverno. Em 1916 o país é varrido pela greve dos operários de Petrogrado, por exemplo, mobiliza cerca de 200 mil trabalhadores.
Industrialização tardia –A industrialização russa é tardia, realizada sob liderança do capital europeu ocidental sobretudo alemão, belga e francês. Assim, a remessa de lucros para o exterior é muito grande. O proletariado numerosos, cerca de 3 milhões, e concentrado em Moscou, Petrogrado e Odessa. É, porém, avançado e sensível pregação anarquista, socialista, sindicalista e comunista, graças às péssimas condições de trabalho, com salário miseráveis e jornadas de 11 ou 12 horas. A burguesia russa é composta de comerciantes, funcionários estatais industriais. É uma burguesia fraca sem projeto político próprio, esmagada entre a aristocracia de terras, o problema urbano e o campesinato.
Organização política –A oposição ao czar Nicolau II é dividida em duas correntes: a liberal reformista, favorecido regime parlamentar burguês e apoiada pela burguesia; e a revolucionária, que compreende os socialista –revolucionário e os social – democratas. Os primeiros são contrários à industrialização da Rússia e defendem um regime socialista caracterizado pela exploração coletiva das terras após o confisco das grandes propriedades. Os segundos são teorias socialistas de Marx e Engels e se organizavam no meio do proletariado urbano. O segundo congresso, Operário Social – Democrata, reunido em 1903, divide –se em duas facções quanto às táticas de tomada do poderoso mencheviques e os bolcheviques.
Mencheviques- Uma das duas correntes principais do Partido Operário Social Democrata Russo. Os mencheviques (termo significa minoria) são marxista, defendem um grande partido de massas, com base social ampla e com os progressista e democratas, inclusive coma a burguesia liberal. Não acreditam na possibilidade de implantação imediata do socialismo na Rússia por falta das condições objetivas prevista por Marx e Engels. Para os mencheviques um longo processo de transformações econômicas e sociais sociais conduzira à revolução. Os principais líderes mencheviques são Martov, Axeirod e Trotsky (1903 – 1904).
Bolcheviques- Corrente majoritária do Partido Operário Social Democrata Russo que defende a implantação governo ditadura do proletariado por intermédio da ação de um partido centralizado, fortemente disciplinado conduzir a classe operária. Par bolcheviques (palavra que significa maioria), os operários devem fazer a revolução imediatamente e implantar o socialismo. O principal líder bolchevique é Lenin. As idéias do grupo são propaganda Rússia por meio de jornais clandestino, como o Pravda (a verdade).
Pesquise e responda as questões.
Explique as condições de vida do operariado na Rússia, antes de 1917
O que siginifica Sovietes, Bolcheique e Mencheviques.
Pesquise sobre Lênin
Pesquise comente a atual situação da Rússia.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
CAPÍTULO 06 - NOVELA O QUINZE
CAPÍTULO 06
Afinal ali estavam. Foi realmente com dificuldades que os identificou e marchou para eles, com o coração estalando de pena lembrando da última vez que os vira num passeio às Aroeiras feito em companhia de Dona Idalina. Chico bento chegando do campo todo encourado e Cordulina muito gorda, servindo café às visitas.
Nesse dia, Cordulina pedira a Conceição e a Vicente que aceitassem ser padrinho da criança que estava por nascer. Conceição nunca vira o afilhado. Já estava na cidade, ao tempo do batizado. E lembrava-se da procuração que enviara, o seu nome junto ao de Vicente.
Enfim, ali estavam. E a criança, era decerto aquela tão magra que nem uma visagem, que nem morte, só o esqueleto de tão magra...
_Por aqui, compadre? Quando chegou?
Chico Bento ouviu a fala e ergueu os olhos, numa surpresa:
_Ah! Comadre Conceição! A senhora por aqui? Cheguei ontem.
A moça se dirigia a Cordulina:
_E você, comadre, como vai? Tão fraquinha hein?
A mulher respondeu tristemente:
_Ai, minha comadre, eu sei lá como vou!... Parece que ainda estou viva...
_É este o meu afilhado?
_Cadê a bênção da madrinha, Manuel? Não é Manuel o nome dele?
_É inhora sim; mas os meninos chamam ele de Duca...
_Vocês vieram de trem, compadre?
_Só de Acarape pra cá. Das Aroeiras até lá tinha-se vindo por terra...
_Virgem Maria! Como foi que um bichinho destes agüentou! Só milagre!
_Só Deus Nosso Senhor sabe...
Conceição arranjou um ranchinho melhor para eles. E saiu puxando o grupo:
_Venham! Comadre pegue suas trouxas; tragam os meninos. Antes que cheguem outros e tomem... Lá era melhor. O chão era limpo e duro, havia um lugarzinho protegido para acender o fogo.
_Se acomodem aqui, que é melhor. Agora venha comigo, compadre, receber a ração de comida que está na hora. Não tem uma vasilha?
E saiu depressa, segurando as pregas da saia de lã azul, em direção ao local da distribuição; atrás dela Chico Bento arrastava os pés, curvado, trêmulo com a lata na mão estendida, esperando a esmola.
Sentado na salinha da Rua São Bernardo, o velho chapéu entre as pernas, Chico Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro. Tristemente contou toda a fome sofrida e as conseqüentes misérias. A morte de Josias, naquela velha casa de farinha, o caso da cabra e a fuga de Pedro.
Os olhos da moça e de Dona Inácia se enchiam de lágrimas.
Agora, felizmente, estavam menos mal. O que precisava era arranjar trabalho, porque o que davam no Campo mal chagava para os meninos.
Conceição concordou:
_Eu sei, é uma miséria! Mas você assim, tão fraco, lá agüenta um serviço bruto, pesado que é só o que há para retirante!
_A natureza da gente é que nem borracha... Havendo precisão, que jeito? Dá pra tudo...
_Olhe, todo dia, você ou a comadre apareçam por aqui e o que nós juntarmos, em vez de se dar aos outros, guarda-se só pra vocês. Eu vou ver se arranjo alguma coisa que lhe sirva... Assim uma vendinha de água, hein, mãe Nácia?
_Sim, uma venda de água... A questão é o animal...
_E o Tauape comadre?
Conceição acolheu com calor aquela lembrança oportuna:
_Ah! O Tauape! Lá naturalmente é fácil de se arranjar!
Chico bento retificou:
_Fácil não era não... Que ele tinha visto muitos, bem recomendados, voltando porque não tinha mais ferramenta.
_Só se a comadre arranjasse um cartãozinho do bispo...
_Pois eu vou ao palácio do bispo! Fique certo. Vou e arranjo. Mais um ou dois dias, e você está no Tauape.
O vaqueiro levantou-se para ir embora. Conceição cochichou com a avó, e entrou pelo corredor, gritando:
_Espere aí, compadre! Tenho uma encomendazinha para você levar pros seus meninos...
Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço, Chico Bento conseguiu o ambicionado lugar no açude do Tauape.
Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço da barragem. Só de longe em longe parava para tomar fôlego, sentindo o peito cansado e os músculos vadios. E o almoço, ao meio dia, onde, junto ao pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o animou, pois lembrava de Cordulina e os meninos engolindo um triste resto de farinha.
Mas à tarde, quando sentiu tinir no bolso o dinheiro ganho com seu esforço, ficou animado porque iria alimentar a filharada esfomeada...
Cordulina já o esperava inquieta. Desde que Josias morrera e Pedro fugira vivia cheia desses terrores de morte e abandono.
Chico Bento chega trazendo um pão, rapadura e um pouco de café. E o alvoroço da meninada que o acolheu e lhe arrebatou as compras, bem lhe pagou as tristes horas do dia, curvado sobre a pá, em tempo de morrer de calor e cansaço...
Mais tarde, já deitados, Cordulina lhe falou, meio hesitante:
_Chico, a comadre Conceição, hoje, cansou de me pedir o Duquinha. Anda com um destino de criar uma criança. E se é de ficar com qualquer um, mais vale ficar com este, que é afilhado...
_E o que você disse?
_Que por mim não tinha dúvida. Dependia do pai...
¬ _ Tu não tem pena de dar teus filhos, que nem gato ou cachorro?
_Que é que se é de fazer? O menino cada dia é mais doente... A madrinha quer carregar pra tratar, botar ele bem, fazer dele gente... Se nós pegamos nesta besteira de não dar o mais que se arranja é ver morrer como o outro...
Chico Bento calou-se e ficou olhando a luz vermelha, enorme e lustrosa que ia se levantando devagar. Mas detrás dele a mulher insistiu:
_Que foi que você resolveu Chico?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO PARA SABER SE CHICO BENTO ENTREGA OU NÃO O DUQUINHA PARA CONCEIÇÃO!
Afinal ali estavam. Foi realmente com dificuldades que os identificou e marchou para eles, com o coração estalando de pena lembrando da última vez que os vira num passeio às Aroeiras feito em companhia de Dona Idalina. Chico bento chegando do campo todo encourado e Cordulina muito gorda, servindo café às visitas.
Nesse dia, Cordulina pedira a Conceição e a Vicente que aceitassem ser padrinho da criança que estava por nascer. Conceição nunca vira o afilhado. Já estava na cidade, ao tempo do batizado. E lembrava-se da procuração que enviara, o seu nome junto ao de Vicente.
Enfim, ali estavam. E a criança, era decerto aquela tão magra que nem uma visagem, que nem morte, só o esqueleto de tão magra...
_Por aqui, compadre? Quando chegou?
Chico Bento ouviu a fala e ergueu os olhos, numa surpresa:
_Ah! Comadre Conceição! A senhora por aqui? Cheguei ontem.
A moça se dirigia a Cordulina:
_E você, comadre, como vai? Tão fraquinha hein?
A mulher respondeu tristemente:
_Ai, minha comadre, eu sei lá como vou!... Parece que ainda estou viva...
_É este o meu afilhado?
_Cadê a bênção da madrinha, Manuel? Não é Manuel o nome dele?
_É inhora sim; mas os meninos chamam ele de Duca...
_Vocês vieram de trem, compadre?
_Só de Acarape pra cá. Das Aroeiras até lá tinha-se vindo por terra...
_Virgem Maria! Como foi que um bichinho destes agüentou! Só milagre!
_Só Deus Nosso Senhor sabe...
Conceição arranjou um ranchinho melhor para eles. E saiu puxando o grupo:
_Venham! Comadre pegue suas trouxas; tragam os meninos. Antes que cheguem outros e tomem... Lá era melhor. O chão era limpo e duro, havia um lugarzinho protegido para acender o fogo.
_Se acomodem aqui, que é melhor. Agora venha comigo, compadre, receber a ração de comida que está na hora. Não tem uma vasilha?
E saiu depressa, segurando as pregas da saia de lã azul, em direção ao local da distribuição; atrás dela Chico Bento arrastava os pés, curvado, trêmulo com a lata na mão estendida, esperando a esmola.
Sentado na salinha da Rua São Bernardo, o velho chapéu entre as pernas, Chico Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro. Tristemente contou toda a fome sofrida e as conseqüentes misérias. A morte de Josias, naquela velha casa de farinha, o caso da cabra e a fuga de Pedro.
Os olhos da moça e de Dona Inácia se enchiam de lágrimas.
Agora, felizmente, estavam menos mal. O que precisava era arranjar trabalho, porque o que davam no Campo mal chagava para os meninos.
Conceição concordou:
_Eu sei, é uma miséria! Mas você assim, tão fraco, lá agüenta um serviço bruto, pesado que é só o que há para retirante!
_A natureza da gente é que nem borracha... Havendo precisão, que jeito? Dá pra tudo...
_Olhe, todo dia, você ou a comadre apareçam por aqui e o que nós juntarmos, em vez de se dar aos outros, guarda-se só pra vocês. Eu vou ver se arranjo alguma coisa que lhe sirva... Assim uma vendinha de água, hein, mãe Nácia?
_Sim, uma venda de água... A questão é o animal...
_E o Tauape comadre?
Conceição acolheu com calor aquela lembrança oportuna:
_Ah! O Tauape! Lá naturalmente é fácil de se arranjar!
Chico bento retificou:
_Fácil não era não... Que ele tinha visto muitos, bem recomendados, voltando porque não tinha mais ferramenta.
_Só se a comadre arranjasse um cartãozinho do bispo...
_Pois eu vou ao palácio do bispo! Fique certo. Vou e arranjo. Mais um ou dois dias, e você está no Tauape.
O vaqueiro levantou-se para ir embora. Conceição cochichou com a avó, e entrou pelo corredor, gritando:
_Espere aí, compadre! Tenho uma encomendazinha para você levar pros seus meninos...
Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço, Chico Bento conseguiu o ambicionado lugar no açude do Tauape.
Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço da barragem. Só de longe em longe parava para tomar fôlego, sentindo o peito cansado e os músculos vadios. E o almoço, ao meio dia, onde, junto ao pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o animou, pois lembrava de Cordulina e os meninos engolindo um triste resto de farinha.
Mas à tarde, quando sentiu tinir no bolso o dinheiro ganho com seu esforço, ficou animado porque iria alimentar a filharada esfomeada...
Cordulina já o esperava inquieta. Desde que Josias morrera e Pedro fugira vivia cheia desses terrores de morte e abandono.
Chico Bento chega trazendo um pão, rapadura e um pouco de café. E o alvoroço da meninada que o acolheu e lhe arrebatou as compras, bem lhe pagou as tristes horas do dia, curvado sobre a pá, em tempo de morrer de calor e cansaço...
Mais tarde, já deitados, Cordulina lhe falou, meio hesitante:
_Chico, a comadre Conceição, hoje, cansou de me pedir o Duquinha. Anda com um destino de criar uma criança. E se é de ficar com qualquer um, mais vale ficar com este, que é afilhado...
_E o que você disse?
_Que por mim não tinha dúvida. Dependia do pai...
¬ _ Tu não tem pena de dar teus filhos, que nem gato ou cachorro?
_Que é que se é de fazer? O menino cada dia é mais doente... A madrinha quer carregar pra tratar, botar ele bem, fazer dele gente... Se nós pegamos nesta besteira de não dar o mais que se arranja é ver morrer como o outro...
Chico Bento calou-se e ficou olhando a luz vermelha, enorme e lustrosa que ia se levantando devagar. Mas detrás dele a mulher insistiu:
_Que foi que você resolveu Chico?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO PARA SABER SE CHICO BENTO ENTREGA OU NÃO O DUQUINHA PARA CONCEIÇÃO!
segunda-feira, 10 de maio de 2010
CAPÍTULO 05 - NOVELA O QUINZE
CARÍTULO 05
Chico Bento ainda esteve uns momentos na mesma postura, ajoelhado. E antes de se erguer, chupou os dedos sujos de sangue, que lhe deixaram na boca um gosto amargo de vida.
Cordulina acordou e voltou-se espantada para o filho, que vinha com aquelas tripas na mão.
_Que é isso menino?
_É a tripa de uma criação... O papai matou, mas veio o dono tomar, e por milagre ainda deu o fato...
A mãe levantou-se e trôpega, ainda, tomou na mão as vísceras que sangravam:
_Pois, meu filho, vá até aquela casa ver se arranja um tiquinho de água mode consertar e lavar...
O pequeno bateu e pediu água. O homem enfurecido, contando a história a mulher; e vendo chegar o menino, voltou-se feito uma onça:
_Porque aqui ainda, seu cachorro? Não tem água coisa nenhuma! Já pra fora! Deviam estar na cadeia! Vamos, já pra fora! Achou pouco o que ainda dei?
Pedro correu assombrado, chegou junto da mãe, chorando de vergonha e de susto:
_O homem botou a gente pra fora, chamando tudo quanto é nome...
E num foguinho de garranchos, arranjados por Cordulina com um dos últimos fósforos que trazia no cós da saia, assaram e comeram as tripas, insossas, suja, apenas escorridas nas mãos.
***
Mocinha deixou a velha Eugênia num domingo ao meio dia, já na rua com a trouxa na mão, ainda ouvia a descompostura. Com algum custo conseguiu ficar na casa dum bodegueiro da praça, para servir como ama.
Lá em cima, na estação, um bagageiro dizia:
_Sinhá Eugênia, cadê aquela moçota que vendia café mais você?
_Botei pra fora. Aquilo era uma mundiça. Não me dava interesse; só sabia quebrar louça e namorar...
Mocinha parou de escutar e saiu correndo, chorando o seu desterro num desadoro.
Dona Inácia, já habituada, fazia seu crochê na sala de visitas. Conceição estava na escola. Saía de casa às dez horas e findava a aula às duas. Da escola ia para o Campo de Concentração, auxiliar na entrega dos socorros. Só chegava à tardinha, fatigada, com os olhos doloridos de tanta miséria vista.
Chico Bento, depois daquela noite passada, ali, no abandono da estrada chamou a mulher e foi andando em procura do povoado, o vulto de Pedro que havia sumido.
Na estrada limpa e seca só se via um homem com uma trouxinha e um cavaleiro galopando.
De repente, uma idéia o sossegou:
_Que besteira! Naturalmente ele já está no Acarape...
Mas chegaram ao Acarape e perguntaram pelo menino a todo mundo. Não... Ninguém tinha visto... Sabia lá! A toda hora estava passando retirante...
_Por que você não vai falar ao delegado? Ele é quem pode dar jeito. Mora ali, naquela casa de alpendre.
Chico Bento chegou na casa, bateu à porta, enquanto Cordulina se sentava no chão. Lá de dentro, uma voz de mulher disse baixinho:
_Abre não, menina, é retirante... É melhor fingir que não ouviu...
Chico Bento escutou e explicou com a voz lenta e dolorida:
_Não vim pedir esmola, dona; eu careço é de ver o delegado daqui...
Um homem de cachimbo no queixo mostrou a cara na meia porta:
_Está falando com ele. O que é?
Chico bento reconheceu o homem e falou:
_Eu vim falar ao senhor mode um filho meu que sumiu.
O delegado abanou a cabeça e disse:
_Não tenho jeito que dar meu amigo... O menino foi-se embora com alguém...
Cordulina ouvia o que diziam e chorava baixinho. O delegado, ainda na porta, reconheceu também aquela cara e perguntou:
_Donde você é?
_Eu sou filho natural de Iguatu, mas faz muito tempo que morava pras bandas do Quixadá.
_Nas terras de Dona Maroca?
_Inhor sim, nas Aroeiras...
_Bem que eu estava conhecendo! É o meu compadre Chico Bento!
_Inhor sim... Eu também, assim que olhei pra vosmecê, disse logo comigo: este só pode ser meu compadre Luís Bezerra...
_Entre, compadre! Essa é a comadre? Cadê meu afilhado? Será esse que fugiu?
_Inhor não... O seu afilhado era o Josias, morreu na viagem...
Depois, ficando só com Chico Bento, atentou na miséria esquelética e esfarrapada do retirante.
_Então compadre, a velha largou você?
_Ela não quis tratar do gado mode a seca, e mandou abrir as porteiras... E eu fiquei sem ter o que fazer.
O delegado mandou dois cabras atrás do menino, mas foi em vão. Um deles contou que Pedro tinha sido visto na véspera de noite, num rancho de comboeiros de cachaça. No mesmo dia à tarde, foram embora e tomaram o trem para a cidade. Luis Bezerra tinha arranjado passagens e uma roupa para os retirantes.
Chegaram à estação do Matadouro. Cordulina acomodou-se como pode, ao lado do cajueiro onde tinham parado.
Conceição os descobriu, sentados pensativamente debaixo do cajueiro. Já sabia Conceição que Chico Bento havia retirado. Vicente contara a venda do gadinho dele e o caso das passagens.
E a moça, todos os dias, na confusão de gente que ia chegando ao Campo de Concentração procurava descobrir aquelas caras conhecidas, que deviam vir bem chupadas e negras.
SERÁ QUE CONCEIÇÃO RECONHECEU CHICO BENTO?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
Chico Bento ainda esteve uns momentos na mesma postura, ajoelhado. E antes de se erguer, chupou os dedos sujos de sangue, que lhe deixaram na boca um gosto amargo de vida.
Cordulina acordou e voltou-se espantada para o filho, que vinha com aquelas tripas na mão.
_Que é isso menino?
_É a tripa de uma criação... O papai matou, mas veio o dono tomar, e por milagre ainda deu o fato...
A mãe levantou-se e trôpega, ainda, tomou na mão as vísceras que sangravam:
_Pois, meu filho, vá até aquela casa ver se arranja um tiquinho de água mode consertar e lavar...
O pequeno bateu e pediu água. O homem enfurecido, contando a história a mulher; e vendo chegar o menino, voltou-se feito uma onça:
_Porque aqui ainda, seu cachorro? Não tem água coisa nenhuma! Já pra fora! Deviam estar na cadeia! Vamos, já pra fora! Achou pouco o que ainda dei?
Pedro correu assombrado, chegou junto da mãe, chorando de vergonha e de susto:
_O homem botou a gente pra fora, chamando tudo quanto é nome...
E num foguinho de garranchos, arranjados por Cordulina com um dos últimos fósforos que trazia no cós da saia, assaram e comeram as tripas, insossas, suja, apenas escorridas nas mãos.
***
Mocinha deixou a velha Eugênia num domingo ao meio dia, já na rua com a trouxa na mão, ainda ouvia a descompostura. Com algum custo conseguiu ficar na casa dum bodegueiro da praça, para servir como ama.
Lá em cima, na estação, um bagageiro dizia:
_Sinhá Eugênia, cadê aquela moçota que vendia café mais você?
_Botei pra fora. Aquilo era uma mundiça. Não me dava interesse; só sabia quebrar louça e namorar...
Mocinha parou de escutar e saiu correndo, chorando o seu desterro num desadoro.
Dona Inácia, já habituada, fazia seu crochê na sala de visitas. Conceição estava na escola. Saía de casa às dez horas e findava a aula às duas. Da escola ia para o Campo de Concentração, auxiliar na entrega dos socorros. Só chegava à tardinha, fatigada, com os olhos doloridos de tanta miséria vista.
Chico Bento, depois daquela noite passada, ali, no abandono da estrada chamou a mulher e foi andando em procura do povoado, o vulto de Pedro que havia sumido.
Na estrada limpa e seca só se via um homem com uma trouxinha e um cavaleiro galopando.
De repente, uma idéia o sossegou:
_Que besteira! Naturalmente ele já está no Acarape...
Mas chegaram ao Acarape e perguntaram pelo menino a todo mundo. Não... Ninguém tinha visto... Sabia lá! A toda hora estava passando retirante...
_Por que você não vai falar ao delegado? Ele é quem pode dar jeito. Mora ali, naquela casa de alpendre.
Chico Bento chegou na casa, bateu à porta, enquanto Cordulina se sentava no chão. Lá de dentro, uma voz de mulher disse baixinho:
_Abre não, menina, é retirante... É melhor fingir que não ouviu...
Chico Bento escutou e explicou com a voz lenta e dolorida:
_Não vim pedir esmola, dona; eu careço é de ver o delegado daqui...
Um homem de cachimbo no queixo mostrou a cara na meia porta:
_Está falando com ele. O que é?
Chico bento reconheceu o homem e falou:
_Eu vim falar ao senhor mode um filho meu que sumiu.
O delegado abanou a cabeça e disse:
_Não tenho jeito que dar meu amigo... O menino foi-se embora com alguém...
Cordulina ouvia o que diziam e chorava baixinho. O delegado, ainda na porta, reconheceu também aquela cara e perguntou:
_Donde você é?
_Eu sou filho natural de Iguatu, mas faz muito tempo que morava pras bandas do Quixadá.
_Nas terras de Dona Maroca?
_Inhor sim, nas Aroeiras...
_Bem que eu estava conhecendo! É o meu compadre Chico Bento!
_Inhor sim... Eu também, assim que olhei pra vosmecê, disse logo comigo: este só pode ser meu compadre Luís Bezerra...
_Entre, compadre! Essa é a comadre? Cadê meu afilhado? Será esse que fugiu?
_Inhor não... O seu afilhado era o Josias, morreu na viagem...
Depois, ficando só com Chico Bento, atentou na miséria esquelética e esfarrapada do retirante.
_Então compadre, a velha largou você?
_Ela não quis tratar do gado mode a seca, e mandou abrir as porteiras... E eu fiquei sem ter o que fazer.
O delegado mandou dois cabras atrás do menino, mas foi em vão. Um deles contou que Pedro tinha sido visto na véspera de noite, num rancho de comboeiros de cachaça. No mesmo dia à tarde, foram embora e tomaram o trem para a cidade. Luis Bezerra tinha arranjado passagens e uma roupa para os retirantes.
Chegaram à estação do Matadouro. Cordulina acomodou-se como pode, ao lado do cajueiro onde tinham parado.
Conceição os descobriu, sentados pensativamente debaixo do cajueiro. Já sabia Conceição que Chico Bento havia retirado. Vicente contara a venda do gadinho dele e o caso das passagens.
E a moça, todos os dias, na confusão de gente que ia chegando ao Campo de Concentração procurava descobrir aquelas caras conhecidas, que deviam vir bem chupadas e negras.
SERÁ QUE CONCEIÇÃO RECONHECEU CHICO BENTO?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Texto: O ENTERRO DO "NÃO CONSIGO"
REFLITA:
Esta história foi contada por Chick Moorman,
e aconteceu numa escola primária
do estado de Michigan, Estados Unidos.
Ele era supervisor e incentivador dos treinamentos
que ali eram realizados
e um dia viveu uma experiência muito instrutiva,
conforme ele mesmo narrou:
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti.
Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa,
preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos.
Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim,
estava enchendo a folha de "não consigos".
"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base."
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três números."
"Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim."
Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo
o que não conseguiam fazer.
"Não consigo fazer dez flexões."
"Não consigo comer um biscoito só."
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade,
e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo
e percebi que ela também estava
ocupada escrevendo uma lista de "não consigos".
Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam
trabalhando com negativas, em vez de escrever frases positivas,
voltei para o meu lugar e continuei minhas observações.
Os estudantes escreveram por mais dez minutos.
A maioria encheu sua página.
Alguns começaram outra.
Depois de algum tempo os alunos foram instruídos
a dobrar as folhas ao meio
e colocá-las numa caixa de sapatos, vazia,
que estava sobre a mesa da professora.
Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa,
Donna acrescentou as suas, tampou a caixa,
colocou-a embaixo do braço
e saiu pela porta do corredor. Os alunos a seguiram.
E eu segui os alunos.
Logo à frente a professora entrou na sala do zelador
e saiu com uma pá.
Depois seguiu para o pátio da escola,
conduzindo os alunos até
o canto mais distante do playground.
Ali começaram a cavar.
Iam enterrar seus "não consigo"!
Quando a escavação terminou,
a caixa de "não consigos" foi depositada no fundo
e rapidamente coberta com terra.
Trinta e uma crianças de dez
e onze anos permaneceram de pé,
em torno da sepultura recém cavada.
Donna então proferiu louvores.
"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar
a memória do 'não consigo'.
Enquanto esteve conosco aqui na Terra,
ele tocou as vidas de todos nós,
de alguns mais do que de outros.
Seu nome, infelizmente,
foi mencionado em cada instituição pública -
escolas, prefeituras, assembléias legislativas
e até mesmo na casa branca.
Providenciamos um local para o seu descanso final
e uma lápide que contém seu epitáfio.
Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs 'eu consigo',
'eu vou' e 'eu vou imediatamente'.
Que 'não consigo' possa descansar em paz
e que todos os presentes
possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém."
Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos
jamais esqueceriam a lição.
A atividade era simbólica: uma metáfora da vida.
O "não consigo" estava enterrado para sempre.
Logo após, a sábia professora encaminhou
os alunos de volta à classe e promoveu uma festa.
Como parte da celebração
Donna recortou uma grande lápide de papelão
e escreveu as palavras "não consigo" no topo,
"descanse em paz" no centro, e a data embaixo.
A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna
durante o resto do ano.
Nas raras ocasiões em que um aluno
se esquecia e dizia "não consigo",
Donna simplesmente apontava o cartaz descanse em paz.
O aluno então se lembrava que "não consigo"
estava morto e reformulava a frase.
Eu não era aluno de Donna.
Ela era minha aluna. Ainda assim,
naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela.
Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "não consigo",
vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como os alunos,
eu também me lembro de que "não consigo" está morto.
Autoria Desconhecida
Esta história foi contada por Chick Moorman,
e aconteceu numa escola primária
do estado de Michigan, Estados Unidos.
Ele era supervisor e incentivador dos treinamentos
que ali eram realizados
e um dia viveu uma experiência muito instrutiva,
conforme ele mesmo narrou:
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti.
Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa,
preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos.
Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim,
estava enchendo a folha de "não consigos".
"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base."
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três números."
"Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim."
Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo
o que não conseguiam fazer.
"Não consigo fazer dez flexões."
"Não consigo comer um biscoito só."
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade,
e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo
e percebi que ela também estava
ocupada escrevendo uma lista de "não consigos".
Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam
trabalhando com negativas, em vez de escrever frases positivas,
voltei para o meu lugar e continuei minhas observações.
Os estudantes escreveram por mais dez minutos.
A maioria encheu sua página.
Alguns começaram outra.
Depois de algum tempo os alunos foram instruídos
a dobrar as folhas ao meio
e colocá-las numa caixa de sapatos, vazia,
que estava sobre a mesa da professora.
Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa,
Donna acrescentou as suas, tampou a caixa,
colocou-a embaixo do braço
e saiu pela porta do corredor. Os alunos a seguiram.
E eu segui os alunos.
Logo à frente a professora entrou na sala do zelador
e saiu com uma pá.
Depois seguiu para o pátio da escola,
conduzindo os alunos até
o canto mais distante do playground.
Ali começaram a cavar.
Iam enterrar seus "não consigo"!
Quando a escavação terminou,
a caixa de "não consigos" foi depositada no fundo
e rapidamente coberta com terra.
Trinta e uma crianças de dez
e onze anos permaneceram de pé,
em torno da sepultura recém cavada.
Donna então proferiu louvores.
"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar
a memória do 'não consigo'.
Enquanto esteve conosco aqui na Terra,
ele tocou as vidas de todos nós,
de alguns mais do que de outros.
Seu nome, infelizmente,
foi mencionado em cada instituição pública -
escolas, prefeituras, assembléias legislativas
e até mesmo na casa branca.
Providenciamos um local para o seu descanso final
e uma lápide que contém seu epitáfio.
Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs 'eu consigo',
'eu vou' e 'eu vou imediatamente'.
Que 'não consigo' possa descansar em paz
e que todos os presentes
possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém."
Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos
jamais esqueceriam a lição.
A atividade era simbólica: uma metáfora da vida.
O "não consigo" estava enterrado para sempre.
Logo após, a sábia professora encaminhou
os alunos de volta à classe e promoveu uma festa.
Como parte da celebração
Donna recortou uma grande lápide de papelão
e escreveu as palavras "não consigo" no topo,
"descanse em paz" no centro, e a data embaixo.
A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna
durante o resto do ano.
Nas raras ocasiões em que um aluno
se esquecia e dizia "não consigo",
Donna simplesmente apontava o cartaz descanse em paz.
O aluno então se lembrava que "não consigo"
estava morto e reformulava a frase.
Eu não era aluno de Donna.
Ela era minha aluna. Ainda assim,
naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela.
Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "não consigo",
vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como os alunos,
eu também me lembro de que "não consigo" está morto.
Autoria Desconhecida
domingo, 2 de maio de 2010
QUESTÕES DO ENEM
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DO ENEM - 3º ANO MANHÃ - TARDE E NOITE.
1-Texto I
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.
CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.).
As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
Texto II
Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.
FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.).
As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.
Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles,
(A) expressões coloquiais com significados semelhantes.
(B) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres humanos.
(C) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal.
(D) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo.
(E) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.
2-José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de ônibus e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona norte e a zona central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e sul; 3) deste último terminal até onde trabalha. Sabe-se que há uma correspondência numérica, nominal e cromática das linhas que José toma, conforme o Quadro 2.
Quadro 1 Quadro 2
ZONA NORTE (CASA) Linha 100 Circular zona sul Linha Amarela
ZONA CENTRAL Linha 101 Circular zona central Linha Vermelha
ZONA SUL (TRABALHO) Linha 102 Circular zona norte Linha Azul
José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de linhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho:
(A) L. 102 – Circular zona central – L. Vermelha.
(B) L. Azul – L. 101 – Circular zona norte.
(C) Circular zona norte – L. Vermelha – L. 100.
(D) L. 100 – Circular zona central – L. Azul.
(E) L. Amarela – L. 102 – Circular zona sul.
3-Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro divino – o momento em que o
Criador deu vida até ao mais insignificante dos micro-organismos?
Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:
“Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum momento, começou a existir algo, para poder evoluir em seguida. O ato do criador precede a possibilidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada surge e evolui.”
LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptações).
Resposta de Daniel Dennet, filósofo americano ateu e evolucionista radical, formado em Harvard e Doutor por Oxford:
“É claro que é possível, assim como se pode acreditar que um super-homem veio para a Terra há
530 milhões de anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da vida daquele período. Mas não há razão para crer em fantasias desse tipo.”
LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptações).
Os dois entrevistados responderam a questões idênticas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui. Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a existência de Deus e o outro não concorda com isso. Para defender seu ponto de vista,
(A) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da Evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
(B) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que sim”, por se considerar autoridade competente para definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expressões como “é possível”, assumindo não ter opinião formada.
(C) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente, pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
(D) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a existência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia, sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher essa lacuna.
(E) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação, ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumentação no fato de que algumas coisas podem “surgir do nada”.
4- A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a Internet. Entretanto, parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital.T
No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de informação, devem estar voltadas principalmente para
(A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na Internet para
desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para capacitar profissionais em tecnologia digital.
(D) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados” gratuitamente para serem utilizados como entretenimento.
(E) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como mouse, teclado, monitor etc.
5-Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento para compra
de veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito.
O senhor é nosso cliente?
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou
funcionário do banco.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá
em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de
Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Na representação escrita da conversa telefônica entre a
gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de
falar da gerente foi alterada de repente devido
A à adequação de sua fala à conversa com um amigo,
caracterizada pela informalidade.
B à iniciativa do cliente em se apresentar como
funcionário do banco.
C ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas
Gerais).
D à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome
completo.
E ao seu interesse profissional em financiar o veículo de
6-A partir da metade do século XX, ocorreu um
conjunto de transformações econômicas e sociais cuja
dimensão é difícil de ser mensurada: a chamada explosão
da informação. Embora essa expressão tenha surgido no
contexto da informação científica e tecnológica, seu
significado, hoje, em um contexto mais geral, atinge
proporções gigantescas.
Por estabelecerem novas formas de pensamento
e mesmo de lógica, a informática e a Internet vêm gerando
impactos sociais e culturais importantes. A disseminação
do microcomputador e a expansão da Internet vêm
acelerando o processo de globalização tanto no sentido do
mercado quanto no sentido das trocas simbólicas possíveis
entre sociedades e culturas diferentes, o que tem
provocado e acelerado o fenômeno de hibridização
amplamente caracterizado como próprio da pósmodernidade.
FERNANDES, M. F.; PARÁ, T. A contribuição das novas tecnologias da informação na
geração de conhecimento. Disponível em: http://www.coep.ufrj.br.
Acesso em: 11 ago. 2009 (adaptado).
Considerando-se o novo contexto social e econômico
aludido no texto apresentado, as novas tecnologias de
informação e comunicação
A desempenham importante papel, porque sem elas não
seria possível registrar os acontecimentos históricos.
B facilitam os processos educacionais para ensino de
tecnologia, mas não exercem influência nas ciências
humanas.
C limitam-se a dar suporte aos meios de comunicação,
facilitando sobretudo os trabalhos jornalísticos.
D contribuem para o desenvolvimento social, pois
permitem o registro e a disseminação do
conhecimento de forma mais democrática e interativa.
E estão em estágio experimental, particularmente na
educação, área em que ainda não demonstraram
potencial produtivo.
7-Para o Mano Caetano
O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?
A boca cheia de dentes
De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso
[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez 1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[...]
1 Tease me (caçoe de mim, importune-me).
LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br.
Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão
explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de
conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o
autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos
coloquiais na seguinte passagem:
A “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
B “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
C “Que devora a voz do morto” (v. 9)
D “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
E “Tease me, tease me outra vez” (v. 14
TEXTO PARA AS QUESTÕES 8 E 9
8-Texto I
É praticamente impossível imaginarmos nossas
vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de
alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos,
automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade
e à inércia, isto é: quando em contato com outras
substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário,
protege o produto embalado. Outras duas grandes
vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala:
são leves, quase não alteram o peso do material
embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente,
não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a
percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao
total produzido, ainda é irrelevante.
Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).
Texto II
Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por
isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando
enchentes. São encontradas até no estômago de
tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por
sufocamento.
Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para
os consumidores, mas têm um custo incalculável para o
meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Questão 107
Na comparação dos textos, observa-se que
A o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da
reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica o
uso desse material reciclado.
B o texto I tem como objetivo precípuo apresentar a
versatilidade e as vantagens do uso do plástico na
contemporaneidade; o texto II objetiva alertar os
consumidores sobre os problemas ambientais
decorrentes de embalagens plásticas não recicladas.
C o texto I expõe vantagens, sem qualquer ressalva, do
uso do plástico; o texto II busca convencer o leitor a
evitar o uso de embalagens plásticas.
D o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de
embalagens plásticas, mostrando por que elas devem
ser usadas; o texto II ilustra o posicionamento de
consumidores comuns, que buscam praticidade e
conforto.
E o texto I apresenta um alerta a respeito da
possibilidade de contaminação de produtos orgânicos
e industrializados decorrente do uso de plástico em
suas embalagens; o texto II apresenta vantagens do
consumo de sacolas plásticas: leves, descartáveis e
gratuitas.
9-Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas,
predominantemente, estratégias argumentativas que
A atraem o leitor por meio de previsões para o futuro.
B apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de
animais.
C orientam o leitor a respeito dos modos de usar
conscientemente as sacolas plásticas.
D intimidam o leitor com as nocivas consequências do
uso indiscriminado de sacolas plásticas.
E recorrem à informação, por meio de constatações,
para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.
10-Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Na estruturação do texto, destaca-se
A a construção de oposições semânticas.
B a apresentação de ideias de forma objetiva.
C o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o
eufemismo.
D a repetição de sons e de construções sintáticas
semelhantes.
E a inversão da ordem sintática das palavras.
1-Texto I
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.
CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.).
As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
Texto II
Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.
FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.).
As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.
Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles,
(A) expressões coloquiais com significados semelhantes.
(B) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres humanos.
(C) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal.
(D) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo.
(E) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.
2-José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de ônibus e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona norte e a zona central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e sul; 3) deste último terminal até onde trabalha. Sabe-se que há uma correspondência numérica, nominal e cromática das linhas que José toma, conforme o Quadro 2.
Quadro 1 Quadro 2
ZONA NORTE (CASA) Linha 100 Circular zona sul Linha Amarela
ZONA CENTRAL Linha 101 Circular zona central Linha Vermelha
ZONA SUL (TRABALHO) Linha 102 Circular zona norte Linha Azul
José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de linhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho:
(A) L. 102 – Circular zona central – L. Vermelha.
(B) L. Azul – L. 101 – Circular zona norte.
(C) Circular zona norte – L. Vermelha – L. 100.
(D) L. 100 – Circular zona central – L. Azul.
(E) L. Amarela – L. 102 – Circular zona sul.
3-Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro divino – o momento em que o
Criador deu vida até ao mais insignificante dos micro-organismos?
Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:
“Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum momento, começou a existir algo, para poder evoluir em seguida. O ato do criador precede a possibilidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada surge e evolui.”
LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptações).
Resposta de Daniel Dennet, filósofo americano ateu e evolucionista radical, formado em Harvard e Doutor por Oxford:
“É claro que é possível, assim como se pode acreditar que um super-homem veio para a Terra há
530 milhões de anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da vida daquele período. Mas não há razão para crer em fantasias desse tipo.”
LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptações).
Os dois entrevistados responderam a questões idênticas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui. Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a existência de Deus e o outro não concorda com isso. Para defender seu ponto de vista,
(A) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da Evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
(B) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que sim”, por se considerar autoridade competente para definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expressões como “é possível”, assumindo não ter opinião formada.
(C) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente, pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
(D) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a existência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia, sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher essa lacuna.
(E) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação, ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumentação no fato de que algumas coisas podem “surgir do nada”.
4- A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a Internet. Entretanto, parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital.T
No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de informação, devem estar voltadas principalmente para
(A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na Internet para
desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para capacitar profissionais em tecnologia digital.
(D) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados” gratuitamente para serem utilizados como entretenimento.
(E) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como mouse, teclado, monitor etc.
5-Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento para compra
de veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito.
O senhor é nosso cliente?
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou
funcionário do banco.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá
em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de
Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Na representação escrita da conversa telefônica entre a
gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de
falar da gerente foi alterada de repente devido
A à adequação de sua fala à conversa com um amigo,
caracterizada pela informalidade.
B à iniciativa do cliente em se apresentar como
funcionário do banco.
C ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas
Gerais).
D à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome
completo.
E ao seu interesse profissional em financiar o veículo de
6-A partir da metade do século XX, ocorreu um
conjunto de transformações econômicas e sociais cuja
dimensão é difícil de ser mensurada: a chamada explosão
da informação. Embora essa expressão tenha surgido no
contexto da informação científica e tecnológica, seu
significado, hoje, em um contexto mais geral, atinge
proporções gigantescas.
Por estabelecerem novas formas de pensamento
e mesmo de lógica, a informática e a Internet vêm gerando
impactos sociais e culturais importantes. A disseminação
do microcomputador e a expansão da Internet vêm
acelerando o processo de globalização tanto no sentido do
mercado quanto no sentido das trocas simbólicas possíveis
entre sociedades e culturas diferentes, o que tem
provocado e acelerado o fenômeno de hibridização
amplamente caracterizado como próprio da pósmodernidade.
FERNANDES, M. F.; PARÁ, T. A contribuição das novas tecnologias da informação na
geração de conhecimento. Disponível em: http://www.coep.ufrj.br.
Acesso em: 11 ago. 2009 (adaptado).
Considerando-se o novo contexto social e econômico
aludido no texto apresentado, as novas tecnologias de
informação e comunicação
A desempenham importante papel, porque sem elas não
seria possível registrar os acontecimentos históricos.
B facilitam os processos educacionais para ensino de
tecnologia, mas não exercem influência nas ciências
humanas.
C limitam-se a dar suporte aos meios de comunicação,
facilitando sobretudo os trabalhos jornalísticos.
D contribuem para o desenvolvimento social, pois
permitem o registro e a disseminação do
conhecimento de forma mais democrática e interativa.
E estão em estágio experimental, particularmente na
educação, área em que ainda não demonstraram
potencial produtivo.
7-Para o Mano Caetano
O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?
A boca cheia de dentes
De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso
[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez 1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[...]
1 Tease me (caçoe de mim, importune-me).
LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br.
Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão
explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de
conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o
autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos
coloquiais na seguinte passagem:
A “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
B “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
C “Que devora a voz do morto” (v. 9)
D “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
E “Tease me, tease me outra vez” (v. 14
TEXTO PARA AS QUESTÕES 8 E 9
8-Texto I
É praticamente impossível imaginarmos nossas
vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de
alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos,
automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade
e à inércia, isto é: quando em contato com outras
substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário,
protege o produto embalado. Outras duas grandes
vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala:
são leves, quase não alteram o peso do material
embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente,
não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a
percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao
total produzido, ainda é irrelevante.
Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).
Texto II
Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por
isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando
enchentes. São encontradas até no estômago de
tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por
sufocamento.
Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para
os consumidores, mas têm um custo incalculável para o
meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Questão 107
Na comparação dos textos, observa-se que
A o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da
reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica o
uso desse material reciclado.
B o texto I tem como objetivo precípuo apresentar a
versatilidade e as vantagens do uso do plástico na
contemporaneidade; o texto II objetiva alertar os
consumidores sobre os problemas ambientais
decorrentes de embalagens plásticas não recicladas.
C o texto I expõe vantagens, sem qualquer ressalva, do
uso do plástico; o texto II busca convencer o leitor a
evitar o uso de embalagens plásticas.
D o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de
embalagens plásticas, mostrando por que elas devem
ser usadas; o texto II ilustra o posicionamento de
consumidores comuns, que buscam praticidade e
conforto.
E o texto I apresenta um alerta a respeito da
possibilidade de contaminação de produtos orgânicos
e industrializados decorrente do uso de plástico em
suas embalagens; o texto II apresenta vantagens do
consumo de sacolas plásticas: leves, descartáveis e
gratuitas.
9-Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas,
predominantemente, estratégias argumentativas que
A atraem o leitor por meio de previsões para o futuro.
B apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de
animais.
C orientam o leitor a respeito dos modos de usar
conscientemente as sacolas plásticas.
D intimidam o leitor com as nocivas consequências do
uso indiscriminado de sacolas plásticas.
E recorrem à informação, por meio de constatações,
para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.
10-Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Na estruturação do texto, destaca-se
A a construção de oposições semânticas.
B a apresentação de ideias de forma objetiva.
C o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o
eufemismo.
D a repetição de sons e de construções sintáticas
semelhantes.
E a inversão da ordem sintática das palavras.
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